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EUA liberam mais de 500 documentos sobre repressão na Argentina

Segundo a Casa Branca, passo representa a intenção de expor os abusos aos direitos humanos na Argentina entre 1975 e 1984

Argentina: entre os documentos liberados há relatórios da CIA (Wikimedia Commons)

Argentina: entre os documentos liberados há relatórios da CIA (Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 09h56.

A Casa Branca anunciou nesta segunda-feira a liberação de mais de 500 documentos de inteligência relativos à repressão política na Argentina nas décadas de 1970 e 1980, incluindo planos elaborados para a Operação Condor.

O passo representa "um esforço histórico do governo dos Estados Unidos no sentido de buscar, identificar, revisar e proporcionar documentos que joguem luz sobre os abusos aos direitos humanos na Argentina entre 1975 e 1984", expressou a Casa Branca.

Entre os documentos liberados nesta segunda-feira há um relatório da CIA sobre planos do governo argentino - como parte da Operação Condor - de enviar agentes a Paris e Londres para "liquidar líderes terroristas" e até ativistas ligados àorganização de direitos humanos Anistia Internacional.

"A missão básica das equipes Condor que seriam enviadas ao exterior era liquidar líderes terroristas de alto nível", mas "não terroristas, aparentemente, também eram candidatos a assassinato".

Entre os documentos, há um no qual a CIA revela que "seis nações" sul-americanas que participavam da Operação Condor concordaram com a "execução de latino-americanos que viviam na França".

O pacote inclui ainda um documento do Conselho de Segurança Nacional datado de agosto de 1978 e que relata torturas contra o dirigente socialista Alfredo Bravo, líder sindical e então presidente da Assembleia Permanente para os Direitos Humanos na Argentina.

Quando visitou Buenos Aires, em março passado, o presidente americano, Barack Obama, se comprometeu publicamente em ampliar a busca e a liberação de documentos sobre a repressão política na Argentina.

Em agosto, o secretário americano de Estado, John Kerry, entregou mil documentos ao governo argentino.

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