Agência de Notícias
Publicado em 15 de agosto de 2025 às 15h58.
Última atualização em 15 de agosto de 2025 às 16h29.
A Marinha dos Estados Unidos começou a mobilizar mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para as águas da América Latina e do Caribe nesta sexta-feira como parte de um esforço intensificado para combater cartéis de drogas, informou a CNN, com base em informações de duas autoridades de defesa americanas.
A movimentação ocorre no momento em que a presidente do México, Claudia Sheinbaum, está em viagem para a Guatemala. Segundo ela, porém, a operação ocorre em águas internacionais, não se configurando como intervencionismo.
O contingente é formado por militares do Grupo Anfíbio de Prontidão Iwo Jima (ARG, na sigla em inglês) e da 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais para o Comando Sul dos EUA. Sua movimentação faz parte de um reposicionamento mais amplo de ativos militares para a área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (Southcom), que vem sendo realizado nas últimas três semanas, disse uma das autoridades de defesa.
Um submarino de ataque com propulsão nuclear, aeronaves de reconhecimento P8 Poseidon adicionais, vários contratorpedeiros e um cruzador de mísseis guiados também estão sendo alocados para o Comando Sul dos EUA como parte da missão, segundo as fontes da CNN.
Segundo a imprensa americana, o destacamento americano teria como objetivo combater o tráfico de drogas e pressionar o governo venezuelano. Uma terceira pessoa familiarizada com o assunto especificou à CNN que os recursos adicionais visam "enfrentar ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos vindas de organizações narcoterroristas especialmente designadas na região".
Um oficial da Marinha disse à CNN que a Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais "está pronta para executar ordens legais e apoiar os comandantes combatentes nas necessidades que lhes forem solicitadas".
Na semana passada, o presidente Donald Trump assinou secretamente uma diretiva ao Pentágono para começar a usar força militar contra cartéis de drogas latino-americanos classificados por seu governo como organizações terroristas. A ordem fornece uma base oficial para a possibilidade de operações militares diretas no mar e em solo estrangeiro contra cartéis, levantando questões jurídicas.
A decisão de envolver as Forças Armadas na questão é a medida mais agressiva até agora na campanha crescente do governo contra os cartéis. Isso sinaliza a disposição contínua de Trump de usar as forças militares para cumprir o que tem sido considerado principalmente uma responsabilidade das autoridades policiais: coibir o fluxo de fentanil e outras drogas ilegais.
Não é a primeira vez, porém, que os EUA realizam mobilizações perto da fronteira marítima com o México. Em março, as forças americanas enviaram contratorpedeiros para áreas ao redor da fronteira entre os países para apoiar a missão de segurança de fronteira do Comando Norte dos EUA e reforças a presença dos EUA no hemisfério ocidental.
— Nossa opinião sempre será a autodeterminação dos povos. Não somente no caso do México, mas no caso de todos os países da América e do Caribe — afirmou Sheinbaum durante sua coletiva de imprensa matinal. — Colaboramos, coordenamos, há instâncias internacionais para resolver conflitos, mas nunca o intervencionismo.
Questionada sobre as declarações do presidente americano, Donald Trump, no sentido de que México e Canadá fazem o que Washington pede, afirmou:
— O presidente Trump tem uma forma de falar, mas (...) o único que manda no México é o povo, tão simples e tão importante assim.