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"Extravagância de Trump": novo salão de baile de R$ 1 bilhão na Casa Branca gera polêmica

Trump revela planos para novo salão de baile na Casa Branca, levantando questões sobre o custo e potenciais conflitos de interesse

Novo salão de baile de Trump na Casa Branca: projeto de R$ 1 bilhão gerando controvérsias (Daniel Slim/AFP)

Novo salão de baile de Trump na Casa Branca: projeto de R$ 1 bilhão gerando controvérsias (Daniel Slim/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 11h59.

Após decorar o Salão Oval com dourado e transformar o Rose Garden com seu estilo Mar-a-Lago, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo projeto para a Casa Branca: a construção de um salão de baile na Ala Leste, com 8.400 metros quadrados e custo estimado em US$ 200 milhões (mais de R$ 1 bilhão).

A reforma será uma das maiores transformações do edifício histórico e, segundo Trump, permitirá sediar eventos para até 650 pessoas.

Trump afirmou que o salão de baile permitirá à Casa Branca hospedar grandes eventos sem a necessidade de montar tendas no gramado sul.

No entanto, o projeto gerou questionamentos sobre o alto custo e possíveis conflitos de interesse, especialmente em relação ao financiamento da reforma e à contratação de empresas privadas para a execução do projeto.

A Casa Branca indicou que Trump e outros doadores bancariam as obras, mas não foram fornecidos detalhes sobre os recursos ou o processo de contratação.

Histórico do presidente como "construtor"

Em suas declarações, Trump se mostrou otimista quanto à conclusão do projeto, dizendo: "Somos bons em construir, vamos conseguir construir tudo rápido e no prazo".

No entanto, especialistas alertam que o estilo luxuoso do projeto, inspirado no Mar-a-Lago, pode ser uma extravagância que reflete os excessos do presidente.

A proposta de Trump para a Casa Branca já gerou comparações com a decoração de Mar-a-Lago, sua propriedade na Flórida, que também é conhecida pelo estilo opulento.

O temor é de que o novo salão de baile tenha características semelhantes, como lustres dourados e cadeiras decoradas, o que poderia enfurecer críticos que veem isso como um reflexo da luxúria de Trump.

Impacto nas instalações e na Casa Branca

O projeto afetará a Ala Leste da Casa Branca, que será "modernizada", e exigirá a realocação de vários funcionários governamentais durante as reformas, incluindo os do escritório militar e os que trabalham com a primeira-dama, Melania Trump.

A reforma também pode resultar em mudanças estruturais significativas na área, embora detalhes sobre a demolição de partes da Ala Leste ainda não tenham sido divulgados.

Preocupações sobre o financiamento e conflitos de interesse

Embora historiadores e especialistas em ética afirmem que Trump tem autoridade para realizar o projeto, as formas de financiamento e a contratação das empresas levantam questões sobre a transparência do processo. Richard W. Painter, ex-advogado-chefe de ética no governo de George W. Bush, expressou sua preocupação, afirmando que as reformas podem ser vistas como uma oportunidade para doadores de Trump influenciar o governo.

“Pessoas que querem boas relações com o presidente vão assinar cheques”, disse Painter, apontando que o projeto pode gerar uma abordagem transacional no governo. Essa perspectiva alimenta ainda mais as críticas sobre a expansão da Casa Branca e sua possível utilização para interesses privados.

História do projeto e seu significado simbólico

A ideia de um novo salão de baile na Casa Branca não é nova. Trump já havia se oferecido para construir um novo salão de baile em 2015, mas sua proposta foi recusada. Agora, como presidente, ele está realizando esse desejo, e a reforma é vista como uma forma de deixar sua marca na história do edifício.

Historicamente, a Casa Branca passou por várias reformas significativas, incluindo a criação da Ala Oeste durante a presidência de Harry Truman. O novo salão de baile seria a maior reforma nos jardins da Casa Branca desde então.

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