Mundo

Fifa nega que Valcke tenha relação com pagamentos à Concacaf

Reação da entidade vem depois que o jornal publicou uma informação na qual sugeria que o secretário-geral da organização estaria conectado com corrupção


	Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa: reportagem também assinalava que Valcke é o "oficial do primeiro escalão" não identificado na folha de acusações
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa: reportagem também assinalava que Valcke é o "oficial do primeiro escalão" não identificado na folha de acusações (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 07h14.

Madri - A Fifa negou que seu secretário-geral, o francês Jerome Valcke, ou outro ex-dirigente da entidade "estejam envolvidos no início, na aprovação e na implementação" do projeto pelo qual o Comitê Organizador do Mundial da África do Sul 2010 fez um pagamento de US$ 10 milhões à Concacaf.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Fifa esclareceu que "em 2007, como parte da Copa do Mundo de 2010, o governo da África do Sul aprovou um projeto de US$ 10 milhões para apoiar a diáspora africana em países do Caribe como legado do Mundial".

Por parte do governo da África do Sul, e de acordo com a Federação de Futebol deste país (SAFA, sigla em inglês), foi solicitado que a Fifa retivesse os US$ 10 milhões do orçamento do Comitê Organizador e os utilizasse para financiar o "Programa Legado Diáspora".

"A SAFA instruiu a Fifa que o Programa Legado Diáspora deveria ser administrado e aplicado diretamente pelo presidente da Concacaf, que naquele momento era presidente adjunto do Comitê de Finanças, e era quem deveria atuar como fiduciário dos recursos do programa", acrescentou a Fifa.

A entidade máxima do futebol afirmou também que "os pagamentos foram autorizados pelo então presidente do Comitê de Finanças e executados de acordo com o regulamento da Fifa".

"A Fifa não incorreu em nenhum custo como resultado do pedido da África do Sul, pois os fundos pertenciam ao Comitê Organizador. Tanto a Federação da África do Sul como o Comitê Organizador, cumpriram com as formalidades necessárias para a emenda orçamentária", acrescentou a Fifa.

A reação da Fifa acontece depois que o jornal "The New York Times" publicou uma informação na qual indicava que o secretário-geral da organização, o francês Jerome Valcke, pode ser a pessoa responsável por várias transações de US$ 10 milhões relacionadas com a rede de corrupção revelada na semana passada.

Segundo o jornal americano, esses pagamentos de US$ 10 milhões são uma "peça-chave" das acusações da Procuradoria Geral dos Estados Unidos e os fundos foram utilizados para supostamente pagar propina para que a África do Sul fosse escolhida como a sede da Copa do Mundo de 2010.

A reportagem também assinalava que Valcke é o "oficial do primeiro escalão" não identificado na folha de acusações, mas o documento da procuradoria não diz claramente que essa pessoa sabia que esse dinheiro estava sendo utilizado para um ato de corrupção.

A Procuradoria dos Estados Unidos anunciou no dia 27 de maio acusações contra 14 pessoas da Fifa e de empresas que fazem negócios com a organização esportiva, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, por uma série de crimes, como extorsão, fraude e lavagem de dinheiro. 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaCorrupçãoEscândalosFraudesÁfrica do SulFifa

Mais de Mundo

Orbán encontra Eduardo Bolsonaro e critica 'caça às bruxas' no Brasil

Trump minimiza papel do Hamas e diz que trégua em Gaza funciona bem

Países podem usar lucro do petróleo para custear transição energética, diz Lula

EUA se prepara para 'caos aéreo' com redução do número de voos