Desde 2021, Kurti se confrontou frequentemente com a União Europeia (UE) e a OTAN (Lonely Planet/Thinkstock)
Agência de Notícias
Publicado em 26 de outubro de 2025 às 14h00.
O primeiro-ministro interino do Kosovo, o nacionalista Albin Kurti, fracassou definitivamente neste domingo em sua tentativa de formar um governo surgido das eleições legislativas de fevereiro, o que aumenta a possibilidade de o país ter que realizar novas eleições.
Kurti, que chefia o governo desde 2021, não conseguiu um parceiro para estabelecer uma coalizão governante com apoio parlamentar suficiente no prazo previsto, que se encerrou hoje, com uma votação no Parlamento na qual obteve o voto favorável de apenas 56 dos 120 deputados da Câmara, em uma sessão transmitida ao vivo pela emissora pública “TV RTK”.
Segundo a Constituição do Kosovo, a presidente do país, Vjosa Osmani, deve agora encarregar os líderes da oposição de formar o novo Executivo. Se nenhum deles conseguir o apoio necessário, será obrigada a convocar eleições parlamentares antecipadas.
"Nenhum dos partidos parlamentares que convidamos aceitou entrar no governo", declarou Kurti em seu discurso no Parlamento antes da votação, e convidou os deputados a apoiá-lo.
O partido de Kurti, o Autodeterminação, venceu as eleições gerais de 9 de fevereiro com 48 dos 120 assentos da Assembleia, a 13 da maioria absoluta.
Após esse pleito, o Kosovo, uma antiga província sérvia que declarou sua independência em 2008 sem que Belgrado a reconheça, entrou em um impasse político devido às disputas entre os partidos que impediram durante meses a constituição do novo Parlamento.
Vários meios de comunicação e comentaristas políticos preveem a volta às urnas para dezembro ou janeiro.
Após as eleições de fevereiro, o Kosovo passou grande parte de 2025 em um impasse político, com atrasos na formação das novas instituições.
Desde que assumiu o poder em 2021, Kurti se confrontou frequentemente com a União Europeia (UE) e a OTAN por sua postura intransigente em relação à Sérvia.
As tensões aumentaram ainda mais depois que o Kosovo aboliu o dinar sérvio nas áreas do norte povoadas majoritariamente por sérvio-kosovares, impôs o euro como moeda única, proibiu as placas de veículos sérvias nos automóveis e fechou as instituições apoiadas por Belgrado.
Em 2023, a UE, após considerar as ações de Kurti como desestabilizadoras, impôs sanções, congelando fundos e suspendendo a participação do Kosovo em fóruns internacionais.