Mundo

França busca apoio da Alemanha em luta contra o EI

Hollande não obteve muita coisa do presidente Barack Obama, exceto a promessa de intensificar os bombardeios americanos contra o EI


	Hollande e Merkel: o governo alemão anunciou o envio de 650 soldados adicionais ao Mali para ajudar a França
 (Giuseppe Cacace/AFP)

Hollande e Merkel: o governo alemão anunciou o envio de 650 soldados adicionais ao Mali para ajudar a França (Giuseppe Cacace/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2015 às 13h06.

O presidente francês, François Hollande, recebe nesta quarta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, como parte de sua mobilização para formar uma coalizão contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), que, até o momento, não apresenta grandes resultados.

Apesar da unidade expressada na terça-feira em Washington entre França e Estados Unidos após os atentados de 13 de novembro em Paris, Hollande não obteve muita coisa do presidente Barack Obama, exceto a promessa de intensificar os bombardeios americanos contra o EI e o intercâmbio de informações entre os serviços de inteligência dos dois países.

Obama se mostrou muito reservado a respeito das possibilidades de cooperação com a Rússia no conflito sírio, enquanto não acontecer uma "mudança estratégica" de Vladimir Putin.

Situação que transforma em algo extremamente hipotético a possibilidade de formar uma grande coalizão que inclua Moscou.

Washington e Paris acusam a Rússia de ter concentrado os bombardeios contra a oposição síria moderada e não contra o EI, além de fornecer apoio ao presidente Bashar al-Assad, cuja saída é exigida por França e Estados Unidos.

Nesta quarta-feira, Hollande receberá em Paris Angela Merkel, com a qual abordará a luta contra o terrorismo e a questão de recepção aos refugiados.

Antes da reunião, o governo alemão anunciou o envio de 650 soldados adicionais ao Mali para ajudar a França.

Na quinta-feira, Hollande se reunirá com Putin em Moscou.

O projeto francês de maior coordenação no combate contra o EI sofreu outro revés na terça-feira, quando a Turquia, país membro da Otan e que integra a coalizão anti-EI liderada pelos Estados Unidos, derrubou um avião russo, acusado de ter violado o espaço aéreo turco na fronteira com a Síria.

Putin chamou a ação de "punhalada nas costas". Um piloto russo morreu e o outro foi resgatado pelo exército sírio.

Apesar do clima tenso, a diplomacia russa parece estender a mão às potências ocidentais, ao afirmar que o país está "disposto a constituir um Estado-Maior comum" contra o EI, incluindo a França, os Estados Unidos e até mesmo a Turquia.

"Podemos imaginar algumas operações conjuntas, planejadas em comum entre russos e ocidentais. Entre a coordenação desejada por todos e o Estado-Maior citado pela Rússia, certamente existe uma via intermediária", declarou à AFP Bruno Tertrais, analista da Fundação Francesa para a Pesquisa Estratégica.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tentou reduzir a tensão ao afirmar que seu país quer evitar uma "escalada" com a Rússia, ao mesmo tempo, no entanto, que justificou o ataque ao avião russo.

Erdogan reiterou as críticas à intervenção militar russa ao lado do regime de Assad, cuja saída é apresentada por Ancara como uma condição prévia para a uma solução política na Síria.

O Irã, que também apoia Assad, afirmou que a derrubada do avião russo é "uma mensagem ruim enviada aos grupos terroristas" e demonstra a necessidade de "uma luta internacional unida".

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaEstado IslâmicoEuropaFrançaPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Hamas diz a Netanyahu que expandir ofensiva em Gaza 'não será fácil' e preço 'será alto'

Governo dos EUA deixa aberta possibilidade de sancionar China por comprar petróleo russo

Milionário morre ao levar chifrada de búfalo durante caça na África do Sul

FBI vai se aliar ao Texas para localizar congressistas democratas que deixaram o estado