O candidato presidencial da Bolívia pela coalizão Alianza Unidad, Samuel Doria Medina, em campanha em agosto na Bolívia (Jorge Bernal/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 16 de agosto de 2025 às 10h07.
La Paz, 16 ago (EFE). – A Aliança Unidade, que impulsiona a candidatura presidencial do empresário opositor Samuel Doria Medina, alertou que o governo de Luis Arce tem “em andamento um plano” para acusá-los de “fraude eleitoral” nas eleições gerais deste domingo, 17, na Bolívia.
“Alertamos a população que está em andamento um plano orquestrado pelo governo para nos acusar de fraude eleitoral. Esse plano já começou a ser executado, com vídeos criados por operadores governistas que mostram material eleitoral que, segundo eles, estaria sendo manipulado por nossos militantes”, menciona um comunicado divulgado nas redes sociais da Aliança Unidade.
Doria Medina, um empresário de 66 anos, está à frente nas pesquisas eleitorais para este domingo, muito próximo do também ex-presidente opositor Jorge 'Tuto' Quiroga (2001-2002), da aliança Livre.
“Advertimos que o plano contempla outras medidas semelhantes ou piores, como o plantio de material eleitoral em nossos comitês de campanha. Rejeitamos essa intromissão inaceitável do governo Arce no processo eleitoral. Pedimos ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) que rejeite com firmeza essa tentativa governista de sabotar as eleições de domingo”, indica o comunicado do partido de Doria Medina.
ELEIÇÕES NA BOLÍVIA:
Além disso, a plataforma Bolívia Verifica publicou que na rede social TikTok circulam vídeos que mostram cédulas marcadas a favor do candidato Doria Medina.
Essa plataforma de verificação garantiu que o conteúdo das redes é falso, pois o TSE mantém o material eleitoral sob custódia, incluindo as cédulas, o que impossibilita que sejam adulteradas.
Por sua vez, o presidente Arce, que mudou a alta cúpula militar das Forças Armadas na última quinta-feira, 14, garantiu que entregará o poder ao candidato eleito nas eleições.
“Que aqueles de nós que entramos pela porta desta Casa Grande também saiam pela porta e deixem o legado democrático para todo o povo boliviano”, afirmou Arce.
O mandatário Arce renunciou à reeleição em meio a uma forte crise econômica que afeta a Bolívia. O governista Movimento ao Socialismo (MAS) escolheu o ex-ministro do Governo (Interior), Eduardo del Castillo, como candidato, no entanto, as pesquisas não o colocam em um eventual segundo turno.
Os bolivianos elegerão neste domingo um presidente, vice-presidente e legisladores para o próximo quinquênio, em meio a uma forte crise econômica marcada pela falta de dólares, escassez de combustíveis e a pior inflação em décadas, que elevou o preço dos itens da cesta básica. EFE