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Governo da Colômbia desmorona após tensa reunião de gabinete transmitida ao vivo

Ministros criticam Gustavo Petro em reunião pública e renúncias ampliam crise política no país

Crise política: renúncias e tensões abalam o governo Petro na Colômbia (Mauro Pimentel/AFP)

Crise política: renúncias e tensões abalam o governo Petro na Colômbia (Mauro Pimentel/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 17h30.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2025 às 17h47.

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O governo da Colômbia enfrenta tensões um nesta quarta-feira, 5, com a renúncia de pelo menos dois altos funcionários, após uma reunião polêmica entre o presidente Gustavo Petro e seu gabinete, transmitida ao vivo.

Na noite de terça-feira, pela primeira vez, os canais oficiais da Presidência exibiram uma reunião de mais de cinco horas, na qual o chefe de Estado repreendeu quase todos os seus ministros por falta de avanços na execução de projetos.

Por outro lado, alguns funcionários se queixaram com Petro sobre a presença de Armando Benedetti, um de seus homens mais próximos, que está sendo investigado por supostas irregularidades no financiamento da campanha presidencial e enfrenta uma denúncia por violência de gênero.

Milhares de colombianos, nas redes sociais e canais de TV, acompanharam momentos de alta tensão durante a transmissão.

Primeiras renúncias agravam a crise

Na manhã desta quarta-feira, já haviam sido anunciadas ao menos duas renúncias. Jorge Rojas, chefe do DAPRE, entidade que executa grandes orçamentos do Estado, afirmou à W Radio que decidiu se afastar do governo.

“Os acontecimentos não me permitem continuar”, declarou Rojas, que foi durante décadas um dos aliados mais próximos de Petro.

O ministro da Cultura, Juan David Correa, também apresentou sua renúncia “irrevogável”, segundo uma carta à qual a AFP teve acesso. No conselho de ministros, a vice-presidente Francia Márquez e a ministra do Ambiente, Susana Muhamad, criticaram duramente Benedetti.

Tensão no governo Petro

Mesmo investigado, Benedetti ocupou cargos de destaque, como embaixador da Colômbia em Caracas e representante do país na FAO.

“Como feminista e como mulher, não posso me sentar nesta mesa de gabinete do nosso projeto progressista com Armando Benedetti”, afirmou Muhamad, emocionada.

A vice-presidente também questionou a nomeação da nova chanceler, Laura Sarabia, envolvida no maior escândalo de corrupção do governo, que inclui desvio de recursos públicos e supostas escutas ilegais contra sua babá.

“Não compartilho de sua decisão de trazer estas pessoas para este governo”, sentenciou Márquez.

De acordo com a imprensa colombiana, novos pedidos de demissão podem surgir. O ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, sugeriu que todos os ministros entreguem seus cargos, ampliando o caos no governo Petro.

“Após o episódio de ontem, [é insustentável manter o gabinete como está]”, declarou Cristo.

Dirigindo-se aos colegas, reforçou: “Vamos renunciar hoje para dar liberdade ao senhor presidente para fazer as mudanças que quiser”.

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