Protestos liderados por jovens entre 18 e 30 anos em Lima repudiam Congresso e novo governo que substituiu Dina Boluarte; rapper Eduardo Ruiz, de 32 anos, morreu após ser atingido por disparo de suboficial da polícia. (Crédito: CONNIE FRANCE / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 16h56.
O novo governo do Peru suspendeu nesta sexta-feira (17) o chefe da polícia de Lima após os protestos na capital que deixaram um morto, baleado por um agente, e mais de uma centena de feridos, segundo um memorando ao qual a AFP teve acesso.
Lideradas por jovens, as manifestações de quarta-feira foram dirigidas contra o Congresso e o governo de direita que substituiu o de Dina Boluarte em 10 de outubro.
Os protestos ocorrem em meio à pior crise de insegurança enfrentada pelo Peru — e especialmente por Lima — devido às extorsões e assassinatos ligados ao crime organizado.
Durante a manifestação, o rapper Eduardo Ruiz, de 32 anos, morreu após ser atingido por um disparo feito por um suboficial, que foi detido. Segundo o balanço das autoridades, 113 pessoas ficaram feridas, entre policiais e civis.
Nesta sexta-feira, o general Enrique Felipe Monroy, chefe da região policial de Lima, foi substituído temporariamente pelo "general Manuel Vidarte", segundo o documento assinado pela alta cúpula da instituição sob ordens do Ministério do Interior.
Monroy foi afastado do cargo que ocupava desde janeiro de 2024 "até que terminem as investigações" sobre a atuação da força pública durante os protestos, informou à AFP uma fonte policial sob condição de anonimato.
As marchas têm sido lideradas pela Geração Z — um coletivo de jovens entre 18 e 30 anos — em repúdio ao Congresso e ao novo governo de José Jerí, que substituiu o de Boluarte.
A ex-presidente foi destituída pelo Congresso após um julgamento político relâmpago motivado pela crise de segurança.