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Greenspan diz que o elevado déficit dos EUA ameaça o mercado de bônus

Ex-presidente do Fed alerta que os juros a longo prazo podem disparar e leva economia novamente à recessão

Ex-presidente do Fed Alan Greenspan: nacionalizar bancos é a opção "menos ruim"

Ex-presidente do Fed Alan Greenspan: nacionalizar bancos é a opção "menos ruim"

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 15h00.

Washington - O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Alan Greenspan, disse neste domingo que os Estados Unidos correm o risco de sofrer uma crise no mercado de bônus se o elevado déficit fiscal não for interrompido.

"Temos que resolver este assunto", disse Greenspan neste domingo em declarações à rede de televisão "NBC", em referência ao elevado endividamento do país.

As declarações foram feitas pouco antes da comissão criada a pedido do presidente Barack Obama publicar suas recomendações sobre como reduzir o déficit no país, em 1º de dezembro.

A comissão é copresidida por Erskine Bowles, chefe de gabinete durante a Presidência de Bill Clinton (1993-2001), e Alan Simpson, ex-senador republicano por Wyoming, e integrada por 18 membros.

Bowles e Simpson apresentaram nesta semana aos integrantes do painel uma minuta com suas propostas na qual propõem um aumento da idade de aposentadoria, grandes cortes de despesas e uma reforma tributária para reduzir o déficit em US$ 4 trilhões durante a próxima década.

A proposta indica que, caso seja aplicada integralmente, o déficit ficaria em 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2015, um dado mais otimista do que o perseguido pela Casa Branca, que quer reduzir o déficit para 3% do PIB.

No ano fiscal que terminou em 30 de setembro, o déficit fiscal equivaleu a 8,9% do PIB.

Greenspan disse que o Congresso aprovará um plano na linha do proposto por Bowles e Simpson. O problema, segundo o ex-titular do Fed, é que não está claro se a aprovação chegará "antes ou após uma crise no mercado de bônus".

Segundo Greenspan, se o déficit, que se espera que supere o trilhão de dólares pelo terceiro ano consecutivo durante o presente exercício fiscal, assustar o mercado de dívida, os juros a longo prazo dispararão e isso poderia causar um retorno à recessão.

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