Novas tecnologias moldam o futuro da mineração
Redatora
Publicado em 23 de agosto de 2025 às 08h00.
O setor de mineração passa por uma série de transformações ao mesmo tempo, como a adoção de inteligência artificial, o cenário geopolítico complexo, a Reforma Tributária no Brasil e a busca cada vez maior por minerais críticos, como as terras raras. Esta é a análise do estudo anual Tracking the Trends 2025, da consultoria Deloitte.
A corrida global por minerais críticos, impulsionada pela transição energética e pela corrida pela supremacia tecnológica, está redefinindo as cadeias de suprimentos e, com isso, a dinâmica no setor, aponta o relatório.
Nos últimos 15 anos, os controles de exportação sobre minerais críticos aumentaram em cinco vezes, em um cenário de concorrência crescente. Por isso, aponta o documento, será fundamental que as organizações desenvolvam a capacidade da gestão ativa de portfólio, com avaliações regulares de ativos, custo e cenários, considerando o contexto global.
"Essa gestão envolve ainda aproveitar as oportunidades de cenários futuros, atualizar a estratégia empresarial e o posicionamento competitivo, explorar opções de mercado e alocar capital de forma prudente", afirma o estudo.
“Essa busca está intrinsecamente ligada à necessidade de as mineradoras incorporarem tecnologias avançadas em suas operações. Por isso, observamos um movimento de formação de parcerias com empresas especializadas em tecnologia para acesso a expertise de ponta e construção de cadeias de suprimentos mais ágeis e resilientes”, explica Patricia Muricy, sócia-líder da Indústria de Mineração da Deloitte, em comunicado.
O estudo apontou que a integração de IA e sistemas de planejamento empresarial (ERP) de próxima geração permite maior eficiência na análise de dados, produtividade e redução de riscos de segurança para os trabalhadores. A convergência entre automação, conectividade e cibersegurança cria operações inteligentes que diminuem desperdícios e melhoram a alocação de recursos, aponta o relatório.
A transformação digital também demanda requalificação da força de trabalho, que precisará ser preparada para assumir novas funções e tarefas de maior valor.
O momento atual também demanda o aumento das operações de baixo carbono, o que envolve questões como segurança energética, maturidade tecnológica e acesso a financiamento.
O estudo destaca que práticas de sustentabilidade devem gerar valor e não apenas atender a requisitos regulatórios. Entre os exemplos citados incluem o uso de energia renovável, investimentos em comunidades e integração da biodiversidade nas operações.
No Brasil, a Reforma Tributária deverá impor novos custos. Entre os principais impactos estão o imposto seletivo de 0,25% sobre recursos minerais extraídos e a eliminação gradual de incentivos fiscais estaduais, prevista para 2033.