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Importações da China geram 5,2 milhões de empregos no Brasil, aponta estudo

Relatório revela o impacto das importações chinesas no Brasil, destacando a criação de empregos e o fortalecimento do comércio bilateral

China2Brazil
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Agência

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 15h55.

De acordo com um relatório recente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), as importações de produtos chineses geraram 5,2 milhões de empregos no Brasil em 2024.

O levantamento revelou que mais de 40 mil empresas brasileiras compraram mercadorias da China, evidenciando a importância do comércio bilateral no mercado de trabalho nacional.

Camila Amigo, pesquisadora e uma das autoras do estudo, destacou que os investimentos de fabricantes chineses no exterior oferecem ao Brasil uma oportunidade de se beneficiar das mudanças nas cadeias globais de suprimentos.

O Crescimento do Comércio Exterior Chinês

Esse impacto positivo reflete-se no desempenho da China no comércio internacional. A Administração Geral das Alfândegas chinesas informou que, entre janeiro e agosto de 2025, o valor total das importações e exportações do país aumentou 3,5% em comparação com o ano anterior. Em agosto, o comércio também registrou uma alta de 3,5%, completando três meses consecutivos de crescimento.

A indústria de manufatura avançada sustentou esses resultados. As exportações de produtos eletromecânicos cresceram 9,2% e representaram mais de 60% das vendas externas. Entre os destaques, os circuitos integrados tiveram um aumento de 23,3%, e os automóveis, de 11,9%.

Principais parceiros comerciais da China

Entre os principais parceiros comerciais da China nos primeiros oito meses de 2025, destacam-se a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a União Europeia. O comércio com a ASEAN cresceu 9,7%, respondendo por 16,7% do total chinês, enquanto o comércio com a União Europeia aumentou 4,3%. O comércio com os países da Iniciativa Cinturão e Rota também avançou 5,4%.

Estudos da Economist Intelligence Unit e do Eurasia Group apontam que o comércio chinês tem se mostrado mais resiliente do que o esperado. Embora as trocas com os Estados Unidos tenham diminuído, os resultados positivos com outros mercados têm compensado essa queda. O New York Times destacou a expansão da China em mercados emergentes na Ásia, África e América Latina.

Multinacionais expansão na China

O interesse estrangeiro pela China também está refletido nos investimentos das multinacionais. Na Feira Internacional do Automóvel de Munique, o presidente da Mercedes-Benz, Ola Källenius, afirmou que aprofundar a presença na China é uma estratégia central para a montadora. A BMW também anunciou que lançará, em 2026, a versão longa do modelo elétrico iX3 no país.

Até o fim de 2024, a China acumulava quase 1,24 milhão de empresas estrangeiras instaladas, com um investimento direto total de RMB 20,6 trilhões. No último ano, foram criadas 60 mil novas empresas com capital estrangeiro, representando uma alta de 9,9% em relação a 2023. O retorno médio desse capital nos últimos cinco anos foi de 9%, um dos mais altos do mundo.

Política de abertura e oportunidades de investimento

A China tem adotado uma série de medidas para ampliar o acesso de investidores estrangeiros. O país reduziu a lista negativa de entrada de capital, eliminou todas as restrições no setor manufatureiro e concedeu isenção tarifária para 100% dos produtos de países menos desenvolvidos com relações diplomáticas com Pequim. Além disso, flexibilizou as regras de visto de entrada e trânsito.

Segundo o Ministério do Comércio da China, o varejo de bens de consumo cresceu em média 5,5% ao ano nos últimos quatro anos, com a expectativa de ultrapassar RMB 50 trilhões em 2025.

O futuro das oportunidades de investimento na China

Para Ola Källenius, o mercado chinês combina mão de obra qualificada, um ecossistema de inovação e consumidores dispostos a adotar novas tecnologias. David Liao, co-CEO da HSBC para Ásia e Oriente Médio, afirmou que empresas globais estão ampliando seus investimentos em manufatura avançada, saúde e farmacêutica, posicionando a China como um motor de inovação e consumo.

Paul Bateman, presidente global da J.P. Morgan Asset Management, destacou que a abertura de mercado da China coloca o país em uma nova fase de oportunidades: “Investir na China é investir no futuro”, afirmou.

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