Agência de notícias
Publicado em 11 de junho de 2025 às 09h18.
O incêndio a bordo do navio de carga Morning Midas, que transporta veículos elétricos com baterias de íons de lítio, continua ativo na costa do Alasca mais de oito dias após seu início.
A Guarda Costeira dos EUA informou que está permitindo que as chamas queimem sem intervenção, devido ao risco de explosão das baterias dos carros, que são altamente inflamáveis.
O incêndio teve início no dia 3 de junho, quando o navio estava a aproximadamente 2 mil quilômetros de Anchorage. De acordo com a administradora do navio, a Zodiac Maritime, a tripulação detectou a fumaça e enviou um alerta de emergência 15 minutos depois. Incapazes de controlar o fogo, todos os 22 tripulantes abandonaram o navio e foram resgatados por uma embarcação comercial próxima.
A porta-voz da Guarda Costeira, Shannon Kearney, afirmou que a decisão de deixar o fogo queimar sem intervenção foi tomada devido ao risco de explosões causadas pelas baterias de íons de lítio nos veículos elétricos. Essas baterias são notoriamente difíceis de apagar, uma vez que podem liberar gases tóxicos e propagar o incêndio rapidamente.
O Morning Midas, um navio de 180 metros, estava transportando 3.000 veículos, incluindo 800 carros elétricos. O navio, que partiu de Yantai, na China, no final de maio, havia feito paradas em Xangai e Nansha antes de seguir para o México, onde deveria chegar em 15 de junho.
O incêndio a bordo do Morning Midas levanta preocupações sobre os riscos associados às baterias de íons de lítio, especialmente no mar. A água salgada pode agravar o incêndio ao corroer os materiais das baterias, intensificando a chama. Esse tipo de incêndio é muito difícil de combater sem equipamentos especializados, e não havia navios de combate a incêndios próximos para ajudar.
Esse não é o primeiro incidente com incêndios a bordo de navios de carga transportando veículos elétricos. Em 2022, o Felicity Ace, um navio similar ao Morning Midas, afundou no Oceano Atlântico após um incêndio que durou quase duas semanas, destruindo cerca de 4.000 veículos, incluindo modelos de luxo como Bentleys e Porsches.
Além disso, o uso de baterias de íons de lítio também representa um risco crescente para a aviação. Recentemente, várias companhias aéreas, incluindo a Southwest Airlines, impuseram restrições ao transporte dessas baterias em voos após um incêndio destruidor envolvendo uma aeronave da Korean Air, em janeiro de 2025.
A Guarda Costeira dos EUA planeja investigar a causa do incêndio, embora ainda seja cedo para determinar se os veículos elétricos foram os responsáveis pelo início das chamas. As autoridades estão acompanhando a situação à distância, e o foco continua sendo a segurança da área, já que o risco de novas explosões permanece.
Com a crescente popularidade dos veículos elétricos e o aumento das importações da China, onde muitos desses carros são fabricados, os incidentes envolvendo incêndios com baterias de lítio provavelmente se tornarão uma preocupação ainda maior para a indústria de transporte marítimo e aéreo