Agência de notícias
Publicado em 30 de maio de 2025 às 18h10.
Última atualização em 30 de maio de 2025 às 19h27.
Um grupo de "indivíduos armados" invadiu um hospital de campanha em Deir el-Balah, no centro da Faixa de Gaza, e roubou "grandes quantidades" de equipamentos médicos e suprimentos, "destinados a crianças desnutridas", segundo informou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, nesta sexta-feira.
— Hoje, um grupo de indivíduos armados invadiu os depósitos de um hospital de campanha em Deir el-Balah, saqueando grandes quantidades de equipamentos médicos, suprimentos, medicamentos e suplementos nutricionais destinados a crianças desnutridas — lamentou Dujarric, acrescentando que as mercadorias haviam chegado na quinta-feira em caminhões.
Na última terça-feira, milhares de palestinos, em desespero, invadiram um novo centro de distribuição de ajuda em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, administrado por uma fundação com apoio de Israel e dos Estados Unidos, gerando cenas de caos e levando a disparos do Exército israelense.
O incidente ocorreu poucos dias após Israel ter aliviado parcialmente o bloqueio total de ajuda imposto ao território em 2 de março, que agravou a escassez de alimentos e medicamentos no enclave palestino. No último dia 22, mais de 90 caminhões carregados com ajuda humanitária entraram em Gaza, após um atraso de três dias na travessia, segundo a ONU.
A chegada dos caminhões aconteceu após um bloqueio de 11 semanas imposto por Israel, mas, de acordo com a ONU, “o volume [de ajuda] está longe de ser suficiente para atender às vastas necessidades de Gaza”.
O atraso, ainda de acordo com a ONU, foi causado pela insegurança na única rota de acesso aprovada pelo Exército de Israel. Antoine Renard, alto funcionário do Programa Mundial de Alimentos (PMA), afirmou à BBC que “os problemas com a coleta da ajuda surgiram porque o Exército israelense queria que os caminhões percorressem uma rota que as agências humanitárias consideravam perigosa”.
A ONU alerta que o atual volume de ajuda é “uma gota de água no oceano” diante das necessidades de 2,4 milhões de habitantes de Gaza que, antes da guerra, recebiam cerca de 500 caminhões de suprimentos por dia. Para Renard, a solução seria “centenas de caminhões diariamente”.