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O Vale do Silício tem concorrência

A explosão das startups de tecnologia mudou para sempre a região do Vale do Silício, na Califórnia. O problema é que mudou tanto que um grupo crescente de empresas começa a questionar os benefícios de continuar nas imediações da baía de São Francisco. O desemprego na cidade, graças aos incentivos para as companhias de tecnologia, […]

PONTE GOLDEN GATE: os altos custos em São Francisco podem levar as empresas, e os investimentos, para cidades mais baratas / Justin Sullivan/Getty Images

PONTE GOLDEN GATE: os altos custos em São Francisco podem levar as empresas, e os investimentos, para cidades mais baratas / Justin Sullivan/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2016 às 20h30.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h19.

A explosão das startups de tecnologia mudou para sempre a região do Vale do Silício, na Califórnia. O problema é que mudou tanto que um grupo crescente de empresas começa a questionar os benefícios de continuar nas imediações da baía de São Francisco.

O desemprego na cidade, graças aos incentivos para as companhias de tecnologia, é de apenas 3,4%. Contratar na cidade, portanto, é caríssimo. De quebra, de acordo com um recente estudo do Centro de Orçamento da Califórnia, São Francisco tem a maior desigualdade no estado. Os 1% mais ricos ganham 44 vezes mais que a base da pirâmide.

Outro problema é a especulação imobiliária. Foram gerados 64.000 postos de trabalho só no ano passado, mas apenas 5.000 casas foram construídas no período. O custo médio de uma residência hoje é de 1,25 milhão de dólares. Estima-se que a renda necessária para comprar uma casa seja de 250.000 dólares por ano, enquanto a média dos salários é bem menor, cerca de 80.000. Quem mora longe do Vale do Silício esbarra em problemas de infraestrutura de transporte, como ausência de trens de alta velocidade.

Resultado: as próprias empresas de tecnologia já estão de olho em outras cidades. Nova York tenta aproveitar a onda para se fixar definitivamente como um polo tecnológico. Outra candidata é Phoenix, no Arizona, que recebeu recentemente um escritório da empresa de transportes Uber. Mas a favorita da vez é Seattle, a algumas horas de carro do Vale e sede de gigantes como a Microsoft e a Amazon — e com custo de vida 40% menor e alugueis pela metade do preço.

O Vale do Silício continua a ser o campeão absoluto de investimentos, com mais de 27,7 bilhões só no ano passado. Mas em 2015 o número de empresas recebendo dinheiro de fundos subiu 4% em Seattle e caiu 8% em São Francisco. O Vale vai continuar sendo o Vale. Mas há vida fora da San Hill Road.

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