Agência de Notícias
Publicado em 5 de julho de 2025 às 16h15.
O governo israelense enviará uma delegação a Doha, no Catar, para negociar a implementação da mais recente proposta de cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, confirmou uma fonte do governo à Agência EFE sob a condição de anonimato.
A fonte não deu mais detalhes, mas a emissora pública de Israel "Kan" informou que a decisão foi tomada depois que o grupo islâmico suavizou algumas de suas posições sobre os termos da trégua.
Na noite passada, o Hamas afirmou que deu uma resposta "positiva" aos mediadores sobre a última proposta de cessar-fogo em Gaza e que está pronto para negociar "imediatamente" sua implementação, de acordo com um comunicado oficial.De acordo com o jornal israelense "Haaretz", espera-se que o governo se reúna nesta noite para discutir as negociações e o futuro de sua ofensiva em Gaza.
Na sexta-feira passada, antes da mensagem do Hamas sobre a trégua, fontes próximas ao grupo disseram à EFE que os islâmicos estavam "satisfeitos" com a última proposta de cessar-fogo, anunciada na terça-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A proposta "inclui garantias" de que nenhum dos lados voltará a lutar "enquanto as negociações continuarem", o que começará durante uma trégua inicial de 60 dias visando "um cessar-fogo permanente e uma retirada total e gradual de Gaza", disseram as fontes.
Em termos gerais, a proposta inclui uma trégua de 60 dias, durante a qual o Hamas libertará metade dos reféns israelenses ainda vivos na Faixa (cerca de dez), bem como os corpos de cerca de 30 reféns, em troca da libertação de vários prisioneiros palestinos mantidos por Israel.
Trump anunciou na terça-feira que Israel havia aceitado uma proposta de cessar-fogo de 60 dias e expressou esperança de que o Hamas também concordasse com o acordo.
O republicano disse que esperava que o cessar-fogo pudesse ser anunciado na semana que vem, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve visitar a Casa Branca.
Uma trégua de 60 dias é o princípio básico da proposta apresentada meses atrás pelo enviado especial de Washington para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que Israel apoiou desde o início, mas que o Hamas rejeitou em ocasiões anteriores porque não previa a retirada israelense do território ou o fim de sua ofensiva.
Desde o início da guerra, mais de 57.300 habitantes de Gaza foram mortos e mais de 132.000 foram feridos pelos ataques israelenses, de acordo com a contagem do Ministério da Saúde do governo do Hamas no enclave.