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Europa em chamas: Itália, França e Portugal enfrentam picos históricos de calor

Países registram mais de 40 °C e colocam regiões inteiras em alerta máximo; Itália tem 21 cidades em estado crítico

Espanhóis se refrescam durante onda de calor: verão europeu de 2025 é um dos mais extremos da história recente (Manaure Quintero/AFP)

Espanhóis se refrescam durante onda de calor: verão europeu de 2025 é um dos mais extremos da história recente (Manaure Quintero/AFP)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 29 de junho de 2025 às 10h26.

Com termômetros acima de 44 °C e dezenas de cidades em alerta máximo, o verão europeu de 2025 se consolida como um dos mais extremos da história recente. Neste domingo, ao menos três países do sul do continente enfrentam condições de calor severo, levando governos a adotarem medidas emergenciais para conter os efeitos à saúde pública e aos serviços básicos.

Itália, França e Portugal estão entre os mais afetados. Com registros superiores a 40 °C em diversas regiões e mínimas noturnas acima dos 25 °C, a onda de calor agrava desigualdades sociais, aumenta a pressão sobre sistemas de saúde e acende alerta para riscos ambientais como incêndios e colapsos urbanos.

Vários pontos da Espanha estavam em alerta laranja neste sábado, 28. A pior parte da onda de calor é esperada no domingo e, com maior incerteza, na segunda-feira, quando os termômetros podem ultrapassar os 40 ºC no sudoeste do país e em algumas áreas do nordeste, como Barcelona.

Itália em alerta máximo

Ao menos 21 cidades italianas foram colocadas em alerta vermelho pelo Ministério da Saúde neste domingo. Entre elas estão capitais regionais como Roma, Milão, Nápoles e Florença, onde as máximas devem chegar a 39-40 °C, segundo o portal meteorológico iLMeteo.it.

O destaque é Milão, que poderá registrar cinco dias consecutivos com máximas acima de 37 °C, algo sem precedentes na história climática da cidade. As noites também serão sufocantes, com mínimas que podem não cair abaixo dos 28 °C em áreas urbanas.

O calor, combinado à umidade e à infraestrutura urbana defasada, já levou a um aumento de 4% nas chamadas para serviços de emergência. Sindicatos pressionam o governo pela aprovação de decretos antitérmicos, que permitam a paralisação de atividades laborais em horários críticos — medida já aplicada na Sicília.

Além disso, há previsão de tempestades em áreas alpinas a partir de terça-feira, o que pode agravar os riscos de desastres naturais em regiões como Lombardia, Vêneto e Friul-Veneza Júlia.

França sob alerta

A situação também é crítica na França, onde 73 dos 101 departamentos permanecem em alerta laranja por calor extremo. As temperaturas devem permanecer entre 35 e 38°C até pelo menos terça-feira, com possibilidade de subida em algumas regiões, segundo a agência estatal Météo France.

Com a escalada das temperaturas, escolas foram fechadas em vários municípios e o Ministério da Saúde ativou um número gratuito com orientações sobre como enfrentar a onda de calor. O litoral mediterrâneo francês pode ser o mais impactado, com registros de até 40 °C neste domingo.

Portugal amplia risco de incêndios

Em Portugal, a temperatura mais alta do continente neste fim de semana foi registrada: 44 °C no distrito de Beja, no sul do país. Outras cidades como Évora e Portalegre se aproximam dos 43 °C, enquanto Lisboa e Setúbal alcançam 41 °C, mesmo à beira-mar.

O alerta vermelho, nível mais alto da escala meteorológica portuguesa, vigora em quase toda a metade sul do país. Mesmo durante a noite, as mínimas em Lisboa não devem cair de 25 °C, o que agrava o risco de colapso térmico em grupos vulneráveis.

Além do calor, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil emitiu alerta de risco "muito elevado a máximo" para incêndios rurais no norte, centro e sul do Algarve.

(Com informações de EFE)

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