Mundo

Italiano Mario Draghi é escolhido para presidir BCE

Ex-diretor do Goldman Sachs foi escolhido em substituição a Jean-Claude Trichet, que se consolidou como o maior defensor do euro desde a crise de 2008

O italiano terá a tarefa de zelar pela política monetária da zona do euro e pela estabilidade dos preços (Sean Gallup/Getty Images)

O italiano terá a tarefa de zelar pela política monetária da zona do euro e pela estabilidade dos preços (Sean Gallup/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2011 às 09h34.

Paris - A partir de 1º de novembro, a moeda única da União Europeia (UE) terá um novo guardião. Em plena crise do euro, o italiano Mario Draghi, ex-diretor do Goldman Sachs, foi escolhido como o novo presidente do Banco Central Europeu (BCE), em substituição a Jean-Claude Trichet, que se consolidou como o maior defensor da divisa desde a crise aberta pela quebra do banco Lehman Brothers, em 2008.

A decisão foi tomada por chefes de Estado e de governo da zona do euro, ontem, em Bruxelas. Depois de meses de tratativas e de uma defecção inesperada, a do presidente do Bundesbank - Banco Central da Alemanha -, Axel Weber, Draghi se tornou nome de consenso entre os líderes políticos europeus. Ele será o terceiro presidente da instituição criada em 1998, sucedendo ao holandês Wim Duisenberg, presidente até 2003, e a Trichet.

Aos 63 anos, o italiano terá a tarefa de zelar pela política monetária da zona do euro e pela estabilidade dos preços. Mas, em especial neste momento, deverá trabalhar pela solidez do sistema financeiro, abalado em países como Irlanda, Grécia, Portugal e Espanha.

Interferência

A nomeação de Draghi trouxe consigo um problema político para a União Europeia. Ao perder Trichet, a França ficaria sem membro no conselho de presidentes do BCE. Insatisfeito, o governo da França paralisou as negociações em torno de Draghi e condicionou seu apoio à demissão do também italiano Lorenzo Bini Smaghi, cujo mandato continuaria.

Em entrevista, Nicolas Sarkozy confirmou ter pedido o comprometimento de Smaghi de que se demitirá do cargo quando da posse de seu compatriota, abrindo espaço a um francês. "Smaghi me telefonou para me dizer que antes do fim do ano ele será chamado a novas funções", disse Sarkozy.

O "pedido" de demissão gerou algumas críticas à França, por uma suposta violação à independência do BCE. A polêmica, porém, logo esfriou. Ontem o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, anunciou seu apoio a Lorenzo Smaghi para presidir o Banco Central italiano, em substituição a Mario Draghi, afirmando que ele é "incontestavelmente qualificado para o posto". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:BCE

Mais de Mundo

Musk sugere criação de novo partido político nos EUA após escalada de tensões com Trump

Trump planeja abrir sua biblioteca presidencial na Flórida com Boeing 747 como atração

Trump e Musk não devem conversar por telefone nesta sexta-feira, diz agência

Payroll: EUA cria 139 mil empregos em maio, acima do esperado pelo mercado