Fachada do Palácio do Itamaraty, em Brasília (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 9 de julho de 2025 às 14h46.
O Itamaraty decidiu convocar o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, para que ele explique a declaração divulgada nesta quarta-feira, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. No texto, a representação americana afirma que Bolsonaro, seus familiares e apoiadores estão sendo perseguidos de forma vergonhosa e antidemocrática.
A representação diplomática afirma que a "perseguição política" a Bolsonaro é "vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas brasileiras". O posicionamento anterior de Trump havia sido criticado por Lula.
"Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação", disse a Embaixada dos EUA em nota divulgada pela assessoria de imprensa.
Na avaliação de interlocutores do Ministério das Relações Exteriores e do Palácio do Planalto ouvidos pelo jornal O Globo, a manifestação da embaixada teve um tom acima do normal. Esse questionamento será transmitido a Escobar. Ainda não se sabe quando acontecerá a reunião.
A gestão Trump considera que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais, impede a liberdade de expressão no Brasil.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, já declarou que Morais deve sofrer sanções dos EUA. O ministro poderia, por exemplo, ser impedido de entrar em território americano.
Trump defendeu Bolsonaro nas redes sociais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, dizendo que o Brasil e o povo brasileiro são soberanos.
Na segunda-feira, após o post de Trump em uma rede social, Lula criticou o presidente americano e disse em nota oficial: “A defesa da democracia no Brasil é uma responsabilidade dos brasileiros. Somos um país soberano e não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Temos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei — sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito.”