Dina Boluarte, ex-presidente do Peru, deposta em 10 de outubro (Bienvenido Velasco/EFE)
Agência de notícias
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 17h41.
Um juiz peruano declarou nesta quarta-feira, 15, "improcedente" o pedido de um promotor que pretendia impedir que a ex-presidente Dina Boluarte, recentemente destituída, pudesse deixar o país enquanto é investigada por suposta lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
O Ministério Público abriu vários processos contra Boluarte logo após sua remoção do cargo, ocorrida na sexta-feira pelo Congresso, em um julgamento político relâmpago motivado pela grave crise de insegurança no país.
Boluarte, de 63 anos, se absteve de comparecer à audiência judicial. Na sexta-feira, ela havia negado versões da imprensa segundo as quais planejava pedir asilo.
Segundo o juiz Valdez, "não existe perigo de fuga", motivo pelo qual Boluarte não terá restrição ao seu direito de deixar o Peru.
O pedido do promotor buscava uma proibição de saída do país por 36 meses para a ex-mandatária.
A Justiça ainda deverá analisar um segundo pedido do Ministério Público, que pretende impedir Boluarte de sair do Peru por 18 meses.
O órgão a investiga por um caso de lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral de 2021, quando ela foi candidata à vice-presidência ao lado de Pedro Castillo pelo partido Peru Livre.
Boluarte chegou ao poder em dezembro de 2022, após a destituição e prisão de Castillo por sua tentativa fracassada de dissolver o Congresso.
Ela também é investigada por "negociação incompatível ou aproveitamento indevido do cargo".
Segundo o Ministério Público, Boluarte intermediou o "pagamento de benefícios trabalhistas a um dos amigos" do médico que realizou nela cirurgias estéticas quando era chefe de Estado.
Após a destituição de Boluarte, o então presidente do Parlamento, José Jerí, assumiu o poder.
Ele é o sétimo presidente do Peru na última década.