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Lula e premiê chinês reforçam aliança estratégica durante Cúpula do BRICS

A reunião ocorreu dois meses após a visita de Estado de Lula a Pequim, onde foram assinados mais de 30 acordos bilaterais

Ambos os líderes ressaltaram o papel do BRICS como defensor dos regimes multilaterais de comércio e de proteção ao clima (Divulgação)

Ambos os líderes ressaltaram o papel do BRICS como defensor dos regimes multilaterais de comércio e de proteção ao clima (Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 6 de julho de 2025 às 08h41.

Durante a 17ª Cúpula do BRICS, realizada neste sábado, 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, em um encontro que reforçou a parceria estratégica entre Brasil e China. A reunião ocorreu dois meses após a visita de Estado de Lula a Pequim, onde foram assinados mais de 30 acordos bilaterais.

Cooperação bilateral em alta

Lula e Li destacaram o “excelente momento” das relações entre os dois países e revisaram o andamento das sinergias entre os projetos nacionais de desenvolvimento. Entre os temas prioritários, houve ênfase em inovação e tecnologia, com avanço em projetos conjuntos nas áreas de inteligência artificial, semicondutores e energias renováveis.

Outro ponto de destaque foi o fortalecimento da colaboração entre estaleiros brasileiros e chineses, ampliando a presença da indústria naval como vetor de desenvolvimento estratégico para ambos os países.

Agenda agropecuária: avanços e promessas

No campo agrícola, o Brasil obteve sinalizações positivas da parte chinesa. Pequim se comprometeu a acelerar os trâmites para o reconhecimento do Brasil como território livre de gripe aviária e de febre aftosa sem vacinação — passo importante para ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês.

O governo brasileiro também apresentou uma proposta de regionalização dos certificados de origem animal, o que permitiria maior agilidade nas exportações. Em paralelo, Brasília reiterou seu interesse em ampliar a cooperação técnica com a China nas áreas de agricultura, pecuária e telecomunicações.

Defesa do multilateralismo e preparação para a COP-30

Em meio a um cenário geopolítico de crescentes tensões, Lula e Li reafirmaram seu compromisso com o multilateralismo e com a paz. Ambos os líderes ressaltaram o papel do BRICS como defensor dos regimes multilaterais de comércio e de proteção ao clima.

Com a Conferência do Clima da ONU (COP-30) marcada para 2025 em Belém, Brasil e China reiteraram o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, defendendo metas mais ambiciosas na agenda climática global.

Durante a reunião, o Brasil solicitou formalmente o apoio chinês para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa que visa remunerar os serviços ecossistêmicos prestados por biomas tropicais. O lançamento do fundo está previsto para ocorrer durante a COP-30.

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