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Macron inicia primeira viagem oficial ao Reino Unido desde o Brexit, com foco em defesa e imigração

Presidente da França tem encontros marcados com o rei Charles III e o primeiro-ministro Keir Starmer

Recebido pelo príncipe William e a princesa Kate, Macron cumprimenta autoridades ao desembarcar em Londres  (Justin Tallis/AFP)

Recebido pelo príncipe William e a princesa Kate, Macron cumprimenta autoridades ao desembarcar em Londres (Justin Tallis/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de julho de 2025 às 11h51.

Última atualização em 8 de julho de 2025 às 12h48.

O presidente da França, Emmanuel Macron, deu início nesta terça-feira, 8, a uma visita de três dias ao Reino Unido, a primeira viagem de um líder francês ao território britânico para uma agenda oficial desde o Brexit, para uma agenda centrada em defesa e imigração.

Macron será recebido pelo rei Charles III, antes de uma cúpula com o primeiro-ministro, Keir Starmer, com temas de defesa e de controle da imigração em pauta.

As relações bilaterais entre França e Reino Unido esfriaram por causa do Brexit — e pela subsequente ação dos governos conservadores britânicos.

O último presidente francês a visitar o território britânico havia sido Nicolas Sarkozy, em 2008. Nenhum dirigente europeu ia à ilha desde a coroação de Charles III.

A visita atual de Macron ocorre em um momento de aproximação, após a eleição do líder trabalhista Keir Starmer — Downing Street apontou a visita como histórica.

A guerra na Ucrânia, que voltou a colocar os temas de defesa e segurança no centro das preocupações na Europa, também aproximou os dois aliados, principais potências militares do continente.

Os chefes de governo participarão de uma cúpula bilateral na quinta-feira, que deve confirmar um reforço da cooperação em matéria de defesa e de combate à imigração ilegal.

Antes, Macron cumpre uma agenda real. Um trecho antecipado de um discurso que deve ser lido por Charles III indica o momento de integração.

"Nossos dois países enfrentam uma infinidade de ameaças complexas, provenientes de múltiplas direções. Como amigos e aliados, as enfrentamos juntos", diz o texto.

Compromissos com a realeza e agenda política

Macron e sua esposa, Brigitte, pousaram na base militar de Northolt, onde foram recepcionados pelo príncipe William e sua esposa, Catherine. Juntos, seguirão para o Castelo de Windsor, a oeste de Londres, onde serão recebidos pelo rei e a rainha Camilla. Está previsto um desfile de carruagem, uma revista de tropas e um jantar de Estado. O presidente francês também fará um discurso à tarde no Parlamento britânico.

No dia seguinte, ele se reunirá com Starmer em Downing Street, participará de um evento sobre inteligência artificial e comparecerá a um jantar na City de Londres. No âmbito econômico, Paris espera avanços no projeto da usina nuclear de Sizewell C, que aguarda uma decisão final de investimento. Também está prevista uma visita ao Museu Britânico.

Na quinta-feira, haverá a cúpula bilateral, na qual são esperados avanços, especialmente em matéria de defesa — sobretudo a cooperação militar bilateral, em particular diante da ameaça russa ao continente.

Engajados no conflito na Ucrânia, Starmer e Macron copresidirão na quinta-feira uma reunião por videoconferência dos países da "coalizão dos voluntários", com vistas a um futuro cessar-fogo. Lançada em março, a iniciativa ainda depende das negociações iniciadas sob os auspícios da administração do presidente americano Donald Trump.

Preocupação com a imigração

Do lado britânico, as expectativas para a visita de Macron também são altas no que diz respeito à luta contra a imigração ilegal, após um número recorde de chegadas pelo Canal da Mancha desde janeiro. Londres tem pressionado há meses para que as forças de segurança francesas intervenham para deter os pequenos barcos.

Atualmente, conforme o direito marítimo, uma vez que as embarcações estão na água, as autoridades francesas só intervêm em operações de resgate.

Sobre este tema delicado, Londres e Paris também discutem uma possível troca de migrantes. O Reino Unido aceitaria alguns e enviaria a mesma quantidade de volta para a França. Segundo vários veículos de comunicação, este projeto preocupa alguns países europeus, que temem que a França acabe devolvendo esses migrantes ao primeiro país da UE ao qual chegaram.

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