O discurso de Modi ocorre em meio a uma escalada nas tensões comerciais com os Estados Unidos, após o presidente americano, Donald Trump, impor tarifas de 50% sobre produtos indianos.
Narendra Modi:"Devemos comprar produtos que são feitos na Índia" (Tiziana Fabi/AFP)
Repórter de Negócios
Publicado em 21 de setembro de 2025 às 12h16.
Última atualização em 21 de setembro de 2025 às 12h19.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu que os cidadãos deixem de consumir produtos estrangeiros e passem a priorizar bens fabricados localmente. A declaração aconteceu neste domingo, 22, durante seu pronunciamento à nação.
"Muitos produtos que usamos diariamente são fabricados no exterior, mas simplesmente não percebemos... teremos que nos livrar deles. Devemos comprar produtos que são feitos na Índia", afirmou Modi.
O premiê não citou nenhum país específico, mas suas declarações reforçam a campanha "Swadeshi", voltada para a autossuficiência econômica e o fortalecimento da indústria indiana.
O movimento ganhou apoio entre seguidores do governo, que já iniciaram campanhas de boicote a marcas americanas muito populares no país, como McDonald's, Pepsi e Apple.
Segundo especialistas ouvidos pela agência internacional Reuters, a população indiana, com 1,4 bilhão de pessoas, representa um mercado estratégico para produtos de consumo americanos, sobretudo com a expansão de plataformas de comércio eletrônico como a Amazon, que chegam a cidades menores e regiões interioranas.
Modi também incentivou comerciantes a priorizar a venda de produtos indianos em suas lojas, argumentando que isso não apenas apoiaria a economia doméstica, mas também impulsionaria o crescimento do país.
Nos últimos dias, empresas indianas intensificaram campanhas de promoção de bens locais, aproveitando o momento de maior conscientização do consumidor.
O ministro do Comércio da Índia, Piyush Goyal, deve visitar Washington nas próximas semanas para tentar aliviar as tensões e avançar nas negociações bilaterais. A viagem ocorre em meio a esforços diplomáticos para reduzir o impacto das tarifas e preservar o acesso indiano ao mercado americano.