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“Maduro está com os dias contados”, diz oposicionista ganhadora do Nobel da Paz

Segundo ela, desde as eleições de 28 de julho de 2024, o governo de Nicolás Maduro iniciou "uma queda inexorável" e tem uma estratégia sustentada apenas "na violência e no terror"

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado  (JUAN BARRETO/AFP)

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado (JUAN BARRETO/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 12 de outubro de 2025 às 15h35.

Última atualização em 12 de outubro de 2025 às 16h51.

A líder oposicionista venezuelana María Corina Machado afirmou neste domingo, 12, que o presidente Nicolás Maduro "está com os dias contados", em entrevista publicada pelo jornal argentino "La Nación", depois de dedicar a seus compatriotas o prêmio Nobel da Paz 2025, concedido a ela na última sexta-feira.

Machado disse que ter recebido o prêmio "tem um impacto muito importante tanto para os venezuelanos quanto para o próprio regime, que percebe que o mundo inteiro" legitima sua luta e que "Maduro está absolutamente isolado e seus dias estão contados".

Escondida há mais de um ano, Machado contou como viveu o momento em que descobriu que era a ganhadora do Nobel da Paz.

"A verdade é que o que estamos passando é tão intenso na Venezuela que eu nunca imaginei que algo dessa magnitude pudesse estar acontecendo. E acho que ainda não processei isso", comentou.

A oposicionista elogiou a postura dos Estados Unidos e a descreveu como um fator-chave no isolamento do governante venezuelano.

"A posição firme do presidente (Donald) Trump e do governo dos EUA para desmantelar os cartéis de drogas mudou completamente a dinâmica", analisou.

Segundo ela, desde as eleições de 28 de julho de 2024, o governo de Nicolás Maduro iniciou "uma queda inexorável" e tem uma estratégia sustentada apenas "na violência e no terror".

"Se Maduro quer paz, ele deve sair agora. Com ou sem negociação, Maduro está saindo", enfatizou Machado.

Ela também alertou sobre a relação da Venezuela com Cuba e o impacto regional.

"Uma Venezuela liberta representará um golpe, para mim letal, na tirania cubana", opinou.

Machado ainda disse que tem uma grande amizade e um enorme respeito pelo presidente argentino, Javier Milei.

"Ele está fazendo um ótimo trabalho para a Argentina. Acho que nossos países precisam se fortalecer mutuamente porque, no final das contas, aqueles que destruíram a Venezuela também veem Javier como uma ameaça", declarou.

O Comitê Norueguês do Nobel, com sede em Oslo, anunciou na sexta-feira que Machado é a vencedora do prêmio Nobel da Paz de 2025 "por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para conseguir uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".

A ex-deputada, que também dedicou o prêmio ao presidente dos EUA, Donald Trump, por seu apoio à causa da oposição, comentou que o maior tributo a Alfred Nobel, o magnata sueco que criou o prêmio Nobel da Paz, seria garantir a "transição para a democracia" na Venezuela.

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