Agência de Notícias
Publicado em 14 de julho de 2025 às 15h57.
Última atualização em 14 de julho de 2025 às 16h14.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta segunda-feira, 14, que seu governo chegou a um "acordo praticamente terminado" com os Estados Unidos em questões de segurança e também expressou confiança de que outros pactos serão firmados antes de 1º de agosto para evitar a tarifa de 30% anunciada pelo presidente americano, Donald Trump.
"Há um acordo praticamente já terminado com o governo dos Estados Unidos, coordenado pelo Departamento de Estado nos temas de segurança. Fica clara a soberania, fica clara a territorialidade de cada um de nós e são estabelecidos esquemas de coordenação e colaboração. É um acordo que está praticamente terminado", declarou Sheinbaum em entrevista coletiva.
Questionada sobre a reunião que uma comitiva de governo, liderada pelo secretário de Economia, Marcelo Ebrard, teve com funcionários americanos em Washington neste fim de semana para negociar temas como segurança, comércio e migração, ela se mostrou otimista.
"Há um avanço muito importante. Restam alguns detalhes menores, nós queremos que seja parte de um acordo global, não apenas segurança de um lado e comércio de outro, mas realmente como um acordo geral com o governo dos EUA", enfatizou Sheinbaum, referindo-se à proposta de um acordo global que apresentou a Trump.
A presidente mexicana disse que foi estabelecida uma mesa de trabalho bilateral sobre a carta enviada no fim de semana pelo presidente Trump a respeito da imposição de 30% de tarifas sobre produtos mexicanos a partir de 1º de agosto. Contudo, ela acredita que um acordo será fechado com os EUA antes dessa data.
"São cartas que estão sendo enviadas para o mundo todo. Não é em particular para o México. Então, esta nova tarifa chega a nós nesta carta, o que temos de fazer? O que temos feito até agora: trabalhar para evitar que esta tarifa prejudique a economia mexicana e, acima de tudo, os empregos, que é o que mais nos importa", destacou.
Ela reiterou que os avanços serão informados "pouco a pouco" e que o governo dos EUA reconhece o trabalho feito pelo México para diminuir o tráfico de drogas e a violência em ambos os territórios.
"Nós fazemos a nossa parte para reduzir o tráfico de fentanil e outras drogas para os EUA e a colaboração e coordenação para, em ambos os lados da fronteira, abordar o tema desde a lavagem de dinheiro até a detenção de geradores de violência em ambos os lados da fronteira", disse.
A presidente mexicana mencionou que, atualmente, os produtos dentro do T-MEC (Tratado México-Estados Unidos-Canadá) têm tarifa zero, enquanto os que estão fora do tratado enfrentam taxas de até 25%, além de medidas já vigentes em setores como aço, alumínio e setor automotivo. A nova carta propõe uma tarifa adicional de 30%, o que motivou a intensificação do diálogo bilateral.
Além disso, ela revelou que a carta sugere a redução do déficit comercial dos EUA em relação ao México e contempla incentivos ao investimento mexicano em território americano como forma de reduzir as tarifas.
"Os empresários mexicanos têm muitos investimentos nos EUA. Estamos falando de muitas empresas mexicanas que têm investimentos lá. Então, todos esses investimentos devem ser, de fato, nós os discutimos, devem ser colocados no papel, desde fundos de investimento até investimentos diretos", enfatizou.