Agência de notícias
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 11h23.
O presidente argentino, Javier Milei, reafirmou nesta terça-feira, 9, que seu programa econômico não sofrerá alterações após a derrota nas eleições legislativas de Buenos Aires, realizadas no domingo.
Ele reiterou suas prioridades, como o "equilíbrio fiscal" e a política cambial semiflutuante, destacando que não se afastará de seu plano econômico, independentemente do cenário político.
A derrota de Milei nas eleições de Buenos Aires, uma das regiões mais importantes do país, representa uma grande preocupação para o governo.
O distrito de Buenos Aires reúne cerca de 40% do eleitorado argentino, e sua perda pode ter consequências nas próximas eleições nacionais. Além disso, o governo enfrenta um escândalo envolvendo Karina Milei, irmã do presidente, acusada de envolvimento em supostas propinas relacionadas a compras de produtos para a área nacional de deficiência.
Milei destacou que o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) segue firme, com a instituição trabalhando de forma colaborativa com o governo argentino para implementar políticas que garantam a estabilidade econômica.
Ele citou a mensagem do FMI, que reafirma o compromisso com a sustentabilidade cambial, a "âncora fiscal" e a agenda de desregulamentação econômica.
A derrota eleitoral teve um impacto imediato nos mercados financeiros argentinos. A Bolsa de Buenos Aires fechou com queda de 13%, enquanto algumas ações argentinas em Wall Street sofreram perdas de até 15%.
Além disso, o dólar registrou um salto e se aproximou do teto da banda de flutuação cambial estabelecida pelo FMI, fechando a 1.425 pesos no Banco Nación.
O presidente argentino enfatizou que seu programa econômico permanecerá intacto, com destaque para a busca pelo equilíbrio fiscal, o que permitiu a primeira vez em 14 anos um superávit nas contas públicas em 2024. Milei também mencionou a importância da restrição na emissão monetária e a implementação das bandas cambiais acordadas com o FMI, que limitam a intervenção do governo no mercado cambial.