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Mortes de imigrantes aumentaram 70% neste ano, diz ONU

De acordo com relatório, 4.077 imigrantes morreram de janeiro a setembro de 2014, um aumento de 70% em relação a todo o ano de 2013


	Centro de imigração na Alemanha: 4.077 imigrantes morreram de janeiro a setembro de 2014
 (Jochen Eckel/Bloomberg)

Centro de imigração na Alemanha: 4.077 imigrantes morreram de janeiro a setembro de 2014 (Jochen Eckel/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 17h29.

Copenhague - A imigração está diretamente ligada à morte de 40 mil pessoas desde o ano 2000 em todo o mundo. A estatística foi divulgada nesta segunda-feira (29) pela Organização Internacional para Imigração (IOM, na sigla em inglês), em reunião no escritório das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça.

De acordo com o relatório Jornadas Fatais: Rastreando Vidas Perdidas Durante a Imigração, 4.077 imigrantes morreram de janeiro a setembro de 2014, um aumento de 70% em relação a todo o ano de 2013 (2.400 vítimas). As traiçoeiras rotas de imigração do Mar Mediterrâneo respondem por grande parte das mortes: 3.072 (75%). Em seguida vêm o leste da África (251 mortes), a fronteira entre o México e os Estados Unidos (230 mortes) e o Golfo de Bengala, no Oceano Índico (205 mortes).

A Europa é o destino mais perigoso para imigrantes ilegais. Mais de 22 mil pessoas morreram desde 2000, sendo 4 mil no período de 2013 até agora. Apesar do perigo, cresce o número de imigrantes que cruzam o Mar Mediterrâneo em busca de abrigo em solo europeu. O relatório relembra a morte de 360 imigrantes africanos provenientes da Eritreia e da Somália, em outubro de 2013, que naufragaram ao tentar alcançar a Ilha de Lampedusa, na Itália.

A fronteira entre México e Estados Unidos é citada no relatório como uma região crítica, onde 6 mil imigrantes perderam a vida desde 2000, tentando entrar ilegalmente no país norte-americano. Mas as estatísticas apontam tendência de redução do número de vítimas.

Os dados estatísticos para a produção do relatório são coletados junto a governos e agências. Segundo o chefe do Departamento de Pesquisa da IOM, Frank Laczko, os números podem ser ainda maiores. “Apesar do grande volume de recursos gastos na coleta de dados sobre imigração e controle das fronteiras, poucas agências reúnem e publicam dados sobre mortes de imigrantes”, disse ele. Além disso – enfatizou Laczko – muitas mortes acontecem em regiões remotas, e nunca são registradas.

Para o diretor-geral da IOM, William Lacy Swing, é tempo de fazer mais do que contar as vítimas. “É hora de o mundo se engajar para acabar com essa violência contra imigrantes desesperados", salientou.

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