Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Fedral (STF) (Gustavo Moreno/STF/Flickr)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 11h29.
Última atualização em 22 de setembro de 2025 às 12h15.
Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sancionada com a Lei Magnitsky, pelo governo dos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 22.
Com isso, Viviane não poderá mais fazer negócios com empresas dos Estados Unidos, incluindo usar cartão de crédito de bandeiras americanas. Caso ela tenha bens nos EUA, eles serão bloqueados.
O Lex- Instituto de Estudos Jurídicos, que pertence a Viviane e a seus filhos, também foi sancionado.
A medida entra em vigor imediatamente e só pode ser revogada por decisão do governo do presidente Donald Trump.
Alexandre de Moraes já havia sido alvo da Lei Magnitsky em julho, por atuar no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado em 11 de setembro por tentativa de golpe de Estado.
Alexandre de Moraes, ministro do STF, ao lado da esposa, Viviane de Moraes (Ricardo Stuckert/Presidência)
O governo do presidente Donald Trump considera o julgamento como "caça às bruxas" e adotou uma série de medidas contra o Brasil para tentar proteger Bolsonaro, incluindo uma tarifa de 50% às importações brasileiras.
No comunicado divulgado em julho pelo Departamento do Tesouro, ao sancionar Moraes, o governo americano o acusa de realizar prisões arbitrárias e violar direitos humanos.
“Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos", disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Criada em 2012 durante o governo Barack Obama, a medida é um mecanismo legal dos Estados Unidos que permite a aplicação de sanções econômicas a indivíduos acusados de envolvimento em corrupção ou graves violações de direitos humanos.
A legislação foi inspirada na morte de Sergei Magnitsky, advogado russo que denunciou um esquema de corrupção envolvendo autoridades da Rússia e que faleceu em uma prisão de Moscou em 2009.
Inicialmente voltada para punir os responsáveis pela morte de Magnitsky, a lei passou a abranger, em 2016, qualquer indivíduo ou grupo ligado a práticas de corrupção, ou abuso de direitos humanos, o que ampliou muito seu escopo.