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Mursi faz greve de fome na prisão para evitar envenenamento

Presidente deposto e condenado à morte diz que não pode confiar na comida oferecida na prisão

Mohamed Mursi, presidente deposto do Egito: processo foi qualificado pela Procuradoria Geral de "maior caso de espionagem na história do Egito" (Jin Lee/Bloomberg)

Mohamed Mursi, presidente deposto do Egito: processo foi qualificado pela Procuradoria Geral de "maior caso de espionagem na história do Egito" (Jin Lee/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2015 às 16h20.

Cairo  O presidente deposto do Egito, o islamita Mohamed Mursi, denunciou neste sábado, durante julgamento, que está em greve de fome após ter passado por cinco incidentes dentro da prisão que representaram uma "ameaça direta" contra sua vida.

Em um vídeo da sessão divulgado pela emissora catariana Al Jazeera, Mursi aparece com o uniforme vermelho usado pelos condenados à morte no país e explica que não pode confiar na comida oferecida na prisão.

As denúncias do ex-presidente foram feitas durante uma sessão do julgamento no qual ele é acusado de entregar ao Catar documentação que compromete a segurança nacional do Egito.

Mursi disse que foi vítima de pelo menos cinco incidentes dentro da prisão que poderiam tê-lo matado e garantiu que também existe "uma série de fatos" que constituiriam "um grande crime".

O presidente deposto não deu mais detalhes sobre os delitos que se referiu, mas pediu para se reunir com seus advogados para revelar "uma queixa grave".

Mursi disse que "um grande crime" teria sido cometido contra sua vida caso tivesse comido as refeições servidas nos dias 21 e 22 de julho. Além disso, pediu ao tribunal para ser examinado por um comitê médico porque sofre de hipoglicemia.

O filho do presidente deposto, Osama Mursi, disse à Al Jazeera que seu pai se nega a comer porque "os alimentos que são oferecidos não são seguros" e reiterou a questão da hipoglicemia.

Mursi, que foi deposto no dia 3 de julho de 2013 por um golpe de Estado militar, responde contra várias acusações na Justiça.

Ele foi condenado em junho à pena de morte após ser declarado culpado, junto a outras 108 pessoas, a maior parte deles membros ou seguidores da Irmandade Muçulmana. 

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