FBI: relatório que inocenta elites provoca crise entre Musk e Trump (Arte/Exame)
Redação Exame
Publicado em 7 de julho de 2025 às 06h47.
Elon Musk perdeu a paciência. O bilionário CEO da Tesla e da SpaceX reagiu com ironia à publicação de um relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) e do FBI, que concluiu não haver provas de que Jeffrey Epstein tenha mantido uma lista de clientes ou chantageado figuras poderosas.
Para Musk, esse foi o "último prego no caixão" da antiga aliança com Donald Trump.
A decisão oficial, divulgada na sexta-feira, 5, também afirma que Epstein se suicidou na prisão em 2019, contrariando teorias da conspiração que circulavam desde sua morte. A decepção com as conclusões do governo americano reacendeu a tensão entre dois dos personagens mais polêmicos da política e da tecnologia dos EUA: Musk e Trump.
Ex-aliados políticos, os dois protagonizaram um rompimento público depois que Musk acusou o ex-presidente de não liberar os documentos do caso Epstein porque estaria envolvido neles. “Fui longe demais com esse comentário”, reconheceu Musk depois. Mas o tom seguiu ácido: nesta segunda-feira, 7, ele publicou uma imagem com um contador de prisões zerado, ironizando a falta de responsabilização no caso.
What’s the time? Oh look, it’s no-one-has-been-arrested-o’clock again … pic.twitter.com/CO9xJz68Tf
— Elon Musk (@elonmusk) July 7, 2025
"Então... por que Ghislaine Maxwell está presa?", escreveu Musk em rede social X, insinuando contradições na narrativa oficial. Maxwell foi condenada por recrutar meninas para Epstein, e sua condenação é, para muitos, a evidência de que havia uma rede de exploração — mesmo que sem nomes oficialmente revelados.
Em meio à disputa, Musk revelou que pretende fundar um novo partido político: o America Party. A ideia é quebrar o domínio bipartidário nos Estados Unidos e conquistar assentos estratégicos no Congresso nas eleições de 2026. Trump reagiu com dureza: “Terceiros partidos só criam caos e destruição”, escreveu no Truth Social.
A tensão crescente expõe rachas na direita americana. Parte da base trumpista esperava uma divulgação explosiva dos arquivos de Epstein — algo que não veio. A frustração se converteu em desconfiança, alimentada por vozes como a de Musk.
As conclusões do relatório do DOJ e FBI causaram surpresa: não há, segundo os órgãos, nenhuma evidência crível de chantagem por parte de Epstein, nem de que ele tivesse uma lista com nomes de clientes. A declaração de que há imagens que comprovam o suicídio também enterra as teorias de assassinato — mas não convence todos.
“Esse tipo de coisa só enfraquece a confiança das pessoas no governo”, escreveu Musk. A frase resume bem o clima de ceticismo que paira sobre o caso.