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Na Assembleia da ONU, Milei faz críticas à organização e elogia Donald Trump

Presidente argentino celebrou política do governo americano para combater a imigração ilegal e equilibrar o comércio global

Agência o Globo
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Publicado em 24 de setembro de 2025 às 15h09.

Última atualização em 24 de setembro de 2025 às 15h17.

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Em seu segundo discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente da Argentina, Javier Milei, reiterou duras críticas à organização e sua agenda, em sintonia com o chefe de Estado americano, Donald Trump. Segundo Milei, a ONU e suas agências "engrossaram suas contribuições e reduziram seus resultados".

— Passamos de organização que pretendia mediar a paz, a uma que pretende decidir não apenas o que deve fazer cada Estado, mas o que deve fazer cada indivíduo — declarou Milei.

E acrescentou:

— No ano passado, avisei que a ONU havia se afastado do seu norte nas últimas décadas. O sucesso do modelo das Nações Unidas que falava da necessidade de paz e vitória, e que se sustentava na cooperação dos Estados-nações, foi substituído por um modelo de governo supranacional de burocratas internacionais, que procuram impor aos cidadãos do mundo um modo de viver determinado.

Para evitar isso, o presidente argentino fez sugestões para, segundo ele, "ajudar a ONU a recuperar seu prestígio".

— A missão central da ONU é preservar a paz e a segurança internacional. Todo o resto deve ser considerado complementar a esse fim. A gestão estratégica e os recursos desta instituição requerem, por isso, se apegar a essas prioridades, não a outras — afirmou o chefe de Estado.

Depois de aplicar um forte ajuste fiscal em seu país, que teve um alto custo político, o presidente argentino assegurou que "assim como a Argentina iniciou um processo de otimização do Estado, eliminando estruturas redundantes e devolvendo recursos aos contribuintes, entendemos que a ONU precisa de um caminho similar. Isso implica a realização de auditorias confiáveis, o fechamento de programas ineficazes, a consolidação de agências únicas e um financiamento condicionado a resultados verificáveis".

Milei também fez uma forte defesa do governo de Trump, sobretudo a política de combate à imigração ilegal do presidente americano — com quem se encontrou na véspera em uma agenda bilateral, após a qual o republicano endossou a reeleição do líder argentino, embora ele não retorne às urnas antes de 2027.

— Trump evitou uma catástrofe nos Estados Unidos. Freou a imigração ilegal. Em outros países já é tarde demais — declarou o presidente argentino, que também elogiou a política comercial da Casa Branca, segundo ele, necessária, para terminar com a "depredação do coração industrial de seu país".

Quando já estava encerrando seu discurso, Milei denunciou o que chamou de uma "uma escalada inadmissível na violência política por parte da esquerda a nível global, violência que na Argentina conhecemos muito bem. É inadmissível recorrer à força ali onde as razões falham. Por isso, repudiamos enfaticamente estes procedimentos que atendem contra as normas básicas de convivência democrática".

O presidente argentino não explicou a que tipo de violência se referia no caso da Argentina — e outros casos. Em seu país, Milei enfrenta uma difícil campanha eleitoral para as eleições legislativas nacionais de 26 de outubro, nas quais precisa, para garantir a sustentabilidade de seu governo, conquistar, pelo menos, um terço das 257 cadeiras da Câmara. Um resultado inferior a esse, no atual contexto argentino, abriria um cenário incerto para Milei, que vem sendo acuado no Parlamento pela oposição, sobretudo, dos peronistas.

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