Agência de Notícias
Publicado em 10 de julho de 2025 às 16h47.
Última atualização em 10 de julho de 2025 às 17h03.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou nesta quinta-feira, 10, no último dia de sua visita aos Estados Unidos, retomar a ofensiva contra Gaza quando terminar a trégua de 60 dias (que as delegações israelense e do Hamas ainda negociam no Catar), caso os islâmicos não depuserem as armas, não deixem o poder e Gaza não seja desmilitarizada nesse período.
"Para conseguir isso [o cessar-fogo permanente], é preciso fazê-lo sob as condições mínimas que estabelecemos: o Hamas depõe as armas, Gaza é desmilitarizada e o Hamas deixa de ter capacidade governamental e militar", disse Netanyahu, sentenciando: "Se não for alcançado por meio de negociações em 60 dias, o alcançaremos de outras maneiras, usando a força".
A proposta sobre a mesa em Doha prevê uma trégua de 60 dias, durante a qual Hamas e Israel deverão negociar sua continuidade em um cessar-fogo permanente. O documento desse plano estabelece que, caso as partes não cheguem a um acordo sobre o “dia seguinte” à trégua, ela poderá ser prorrogada até que esse acordo seja alcançado.
"Nos disseram ‘vocês não voltarão à guerra’ após o primeiro acordo de cessar-fogo. Voltamos. Nos disseram ‘vocês não voltarão a lutar’ após o segundo cessar-fogo. Voltamos. Dizem ‘vocês não voltarão a lutar’ após o terceiro cessar-fogo. Querem que eu continue?”, ameaça o mandatário em um comunicado por vídeo pouco antes de embarcar de volta a Israel, após sua visita ao presidente dos EUA, Donald Trump.
Netanyahu assegura que a duração da ofensiva contra Gaza (mais de 22 meses, nos quais Israel matou mais de 57,7 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças) se deve ao fato de que ainda há "milhares de combatentes com armas" no enclave.
"Preparamos e finalmente estamos realizando a operação militar que é a mais brilhante de nossa história, entre as mais brilhantes, sem dúvida, que o mundo inteiro está esperando", acrescentou.
O premiê israelense disse ainda que seu governo busca maximizar a libertação de reféns em Gaza "da melhor forma possível", mas que "nem tudo" está em suas mãos, atribuindo a responsabilidade pelos desacordos nas negociações ao Hamas.
Da mesma forma, Netanyahu afirmou que defende a proposta atual, segundo a qual o Hamas libertaria dez reféns israelenses vivos e outros 18 mortos durante esses 60 dias de trégua, ideia que os islâmicos também aceitam.
Em Gaza, restam 50 reféns, dos quais se acredita que 20 ainda estejam vivos.