Analistas avaliam ainda que o fim do subsídio pode reduzir a demanda por carros elétricos (AFP Photo)
Redatora
Publicado em 4 de julho de 2025 às 17h56.
Última atualização em 4 de julho de 2025 às 19h25.
A aprovação do projeto de lei tributária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou reações distintas entre as fabricantes de veículos elétricos. Enquanto as ações da Tesla caíram, os papéis da Rivian e da Lucid avançaram 4,6% e 8,8%, respectivamente, na última quinta-feira, 3, após análise do BNP Paribas.
Em nota, os analistas disseram que a mudança tende a favorecer empresas que ainda não atingiram o limite de 200 mil unidades vendidas, como é o caso da Rivian e da Lucid. O texto aprovado na Câmara dos EUA prorroga cortes de impostos iniciados em 2017 e prevê o fim do crédito fiscal de US$ 7,5 mil para a compra de veículos elétricos a partir de 30 de setembro.
A Tesla, que entregou mais de 336 mil veículos apenas no primeiro trimestre de 2025, não se qualificaria mais para o benefício. Rivian e Lucid, com entregas bem menores no mesmo período — 8 mil e 3.109 veículos, respectivamente —, continuam elegíveis, embora a Rivian dependa de contratos de leasing para garantir o crédito aos clientes, devido a exigências sobre a origem dos materiais usados nas baterias.
Analistas avaliam ainda que o fim do subsídio pode reduzir a demanda por carros elétricos e impactar diretamente os resultados da Tesla. Estimativas do JPMorgan apontam que o crédito fiscal representou cerca de 19% do lucro da empresa em 2024.
O banco também destacou que outras mudanças regulatórias, como o possível encerramento de incentivos estaduais na Califórnia, podem comprometer até metade do lucro da montadora em 2025.
A Morningstar disse ao Business Insider que a retirada do incentivo é atualmente o principal risco para a Tesla no mercado doméstico. A avaliação é de que a empresa precisará justificar aos consumidores preços mais altos em relação aos concorrentes para manter seu volume de vendas.
No acumulado do ano, as ações da Tesla e da Lucid caem 22% e 28,5%, respectivamente. A Rivian registra queda de 2%.