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ONU aponta deterioração dos direitos humanos na Coreia do Norte

Relatório do Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos retratou um aumento no uso da pena de morte, retrocessos na liberdade de expressão e no acesso à informação

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 10h13.

A situação dos direitos humanos na Coreia do Norte sofreu uma deterioração, alertou nesta sexta-feira a ONU em um relatório, que descreve uma década de "sofrimento, repressão e aumento do medo".

Em 2014, as Nações Unidas publicaram seu primeiro relatório sobre o país asiático, detalhando uma ampla gama de crimes contra a humanidade que foram comparados pelo presidente da comissão de investigação aos cometidos pelos nazistas, pelo apartheid sul-africano e pelo Khmer Vermelho do Camboja.

As informações coletadas desde então pelo Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos mostram que a situação não melhorou e que "em muitos casos se degradou", com o aumento dos abusos do governo.

"Nenhuma outra população é submetida a tais restrições no mundo atual", conclui o relatório, baseado em centenas de entrevistas.

A Coreia do Norte, governada com mão de ferro durante sete décadas pela dinastia Kim, mantém um controle muito severo sobre a população.

"Se a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) prosseguir no caminho atual, a população será submetida a mais sofrimento, repressão brutal e medo", alertou o chefe de Direitos Humanos da ONU, Volker Türk, em um comunicado.

O relatório aponta um aumento no uso da pena de morte, importantes retrocessos na liberdade de expressão e no acesso à informação, além da expansão dos sistemas de "vigilância em massa" graças aos avanços tecnológicos.

O organismo internacional também informa sobre um aumento nos trabalhos forçados. Segundo a ONU, alguns casos relatados no ano passado poderiam ser equivalentes à escravidão, um crime contra a humanidade.

O trabalho forçado já havia sido documentado no relatório de 2014, que também registrou outras violações generalizadas dos direitos humanos, como execuções, torturas, inanição deliberada e a detenção de entre 80.000 e 120.000 pessoas em campos de prisioneiros.

"Não se conhece o paradeiro de centenas de milhares de pessoas desaparecidas, incluindo cidadãos estrangeiros sequestrados", acrescenta o relatório.

Embora as informações sobre os campos de prisioneiros sejam limitadas, a vigilância dos direitos humanos pela ONU e as imagens de satélite sugerem a existência de pelo menos quatro campos do tipo.

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