Isfahan: Nessa usina, Irã enriquece urânio a uma pureza de 60%, próxima dos 90% necessários para o uso em uma bomba atômica (©AFP/Arquivo / Behrouz Mehri/AFP Photo)
Agência de Notícias
Publicado em 14 de junho de 2025 às 16h28.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou neste sábado, 14, que a usina nuclear iraniana em Isfahan foi danificada nos bombardeios israelenses e que uma das infraestruturas afetadas é a de processamento de urânio.
A agência da ONU detalhou que, de acordo com suas informações, quatro prédios importantes em Isfahan foram danificados nos ataques de sexta-feira, incluindo a usina onde o minério de urânio é transformado no gás que é então enriquecido para fazer combustível nuclear.
Os bombardeios israelenses também danificaram uma usina de fabricação de combustível localizada no complexo de Isfahan.
Assim como em Natanz, a instalação onde o gás é centrifugado para obter urânio enriquecido, a AIEA afirma que nenhum aumento de radioatividade é esperado fora de Isfahan, de acordo com uma mensagem publicada na rede social X.
Há evidências de contaminação química e radiológica em Natanz.
Nessa instalação, o Irã enriquece urânio a uma pureza de 60%, próxima dos 90% necessários para o uso em uma bomba atômica.
O Irã é o único Estado sem armas nucleares a produzir combustível nuclear com esse nível de pureza.
Os militares israelenses haviam informado anteriormente que o ataque a Isfahan havia destruído vários laboratórios e infraestrutura. Israel também bombardeou Fordo, uma usina de enriquecimento de urânio, que, de acordo com as autoridades iranianas, sofreu "danos melhores".
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, descreveu na sexta-feira a situação criada pelos bombardeios israelenses como "muito preocupante" e enfatizou que "as instalações nucleares nunca devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode prejudicar as pessoas e o meio ambiente".
Além disso, Grossi lembrou que a ONU considera qualquer ataque armado a instalações nucleares pacíficas como uma violação da lei internacional.
Israel justificou o ataque às instalações atômicas e militares do Irã com o argumento de que o Irã estava tentando construir uma arma nuclear, algo para o que a AIEA afirmou não ter provas.
Ao mesmo tempo, a agência da ONU afirma que, até que o Irã esclareça uma série de dúvidas sobre suas atividades nucleares, ela não pode garantir que seu programa atômico seja exclusivamente para fins civis e pacíficos