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ONU muda resposta sobre a crise dos rohingyas por pressão chinesa

Após longas negociações, a China terminou aceitando o comunicado da ONU, que inclui os mesmo pontos da resolução, mas possui menos peso

Refugiados rohingyas: os rohingyas representam a maior população apátrida do mundo (Cathal McNaughton/Reuters)

Refugiados rohingyas: os rohingyas representam a maior população apátrida do mundo (Cathal McNaughton/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 16h02.

A forte oposição da China obrigou o Conselho de Segurança da ONU a abandonar nesta segunda-feira (6) o seu plano de adotar uma resolução que exigia o fim da violência em Mianmar, segundo fontes diplomáticas.

No lugar do anteriormente proposto, a organização emitiu um comunicado que pede o fim dos distúrbios, pleno acesso ao estado de Rakine e o retorno de centenas de milhares de muçulmanos rohingyas refugiados em Bangladesh.

O texto não ameaça punir o Exército de Mianmar.

No último mês, a França e o Reino Unido apresentaram um possível rascunho, mas fontes diplomáticas afirmam que a China, aliada de Mianmar e com poder de veto no Conselho de Segurança, ressaltou que a resolução não é a resposta correta perante a crise.

Após longas negociações, a China terminou aceitando o comunicado, que inclui os mesmo pontos da resolução, mas possui menos peso.

"O importante é o conteúdo", reiterou o embaixador adjunto britânico, Jonathan Allen, à imprensa.

Desde agosto, mais de 600.000 rohingyas fugiram para o Bangladesh para escapar da campanha militar em Rakine, que a ONU qualifica como sendo uma "limpeza étnica".

As autoridades birmanesas afiram que o seu único objetivo é erradicar a rebelião muçulmana do Exército de Salvação Rohingya de Arakán (ARSA).

Os rohingyas representam a maior população apátrida do mundo desde que a junta militar tirou deles a nacionalidade birmanesa, em 1982.

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