Redação Exame
Publicado em 3 de setembro de 2025 às 15h24.
As operações contra o tráfico de narcóticos na Venezuela não vão parar, segundo o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth. Em entrevista à Fox News, Hagseth afirmou que os EUA têm "recursos no ar, na água e em navios" porque a missão é "muito séria" para o país.
"A missão não vai parar apenas com este ataque. Qualquer outra pessoa que trafica nessas águas e que seja um narcoterrorista enfrentará o mesmo destino", disse.
A crise entre Venezuela e EUA se intensificou nas últimas semanas.
Na terça-feira, 2, Trump informou que militares americanos atacaram um barco que transportava drogas da Venezuela. O republicano elogiou o sucesso da operação após o envio de navios de guerra ao Caribe como parte de um esforço para conter o narcotráfico na região.
"Nos últimos minutos, literalmente, abatemos um barco, um barco que transportava drogas, com muita droga naquele barco", disse Trump em coletiva de imprensa no Salão Oval da Casa Branca. "Elas vieram da Venezuela — e em grande quantidade. Muita coisa está saindo da Venezuela. Então, nós as retiramos, e vocês verão isso depois que esta reunião terminar."
No final de agosto, a pedido do presidente americano Donald Trump, cerca de 4 mil soldados e três embarcações de guerra com mísseis guiados foram enviadas à Venezuela. A Casa Branca acusa o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar um cartel internacional de tráfico de drogas — incluindo o fentanil — com destino aos Estados Unidos.
Embora um confronto direto entre as nações pareça improvável, Trump busca demonstrar seu empenho no combate ao crime organizado que se expande pela América Latina, e classificou diversos cartéis como organizações terroristas, o que lhe permitiria utilizar as forças armadas em sua operação.
No entanto, Trump não parece querer promover uma mudança de regime na Venezuela, embora existam setores no país que apoiem essa ideia. Mas o cenário pode mudar, se Maduro tomar alguma decisão que o governo Trump veja como ameaça como, por exemplo, tentar anexar a região do Essequibo, que pertence à Guiana. Mas, se as tensões chegarem a um confronto real, a Venezuela estaria em grande desvantagem.
No começo do mês passado, o governo dos Estados Unidos anunciou o aumento da recompensa para US$ 50 milhões por informações que levem à captura do presidente venezuelano.
O valor é a maior recompensa já oferecida para a procura de um estrangeiro na história americana, superando até a mesma oferta feita pelo governo dos EUA pela captura de Osama bin Laden após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Embora considerada mais simbólica do que efetiva, a decisão de elevar a recompensa de 25 milhões para 50 milhões de dólares — valor que já havia subido de 15 milhões desde 2020, quando as primeiras acusações formais foram feitas – evidencia a intensificação da estratégia americana contra Maduro.
Os Estados Unidos o acusam formalmente desde 2020 de narcoterrorismo, tráfico de cocaína e uso de organizações criminosas para infiltrar drogas, inclusive cocaína misturada com fentanil, no território americano.
Nicolás Maduro é apontado como líder do chamado “Cartel de los Soles”, uma suposta organização criminosa que facilita o tráfico de drogas e está associado a grupos paramilitares e facções internacionais, como o cartel mexicano de Sinaloa.