Redatora
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 18h45.
Uma operação da Segurança Interna dos Estados Unidos resultou na prisão de 475 trabalhadores em uma fábrica de baterias da Hyundai em construção na cidade de Ellabell, Geórgia. Segundo as autoridades, mais de 300 detidos são cidadãos sul-coreanos acusados de violações de vistos ou de entrada irregular no país.
A ação foi classificada pelo governo americano como "a maior operação de fiscalização em um único local na história" da agência. O caso ocorre em meio a tensões comerciais entre Washington e Seul, e provocou protestos oficiais do governo sul-coreano, de acordo com informações do The Wall Street Journal.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul afirmou estar em contato com a embaixada dos Estados Unidos para garantir a libertação de seus cidadãos. A pasta destacou que os direitos dos trabalhadores não devem ser prejudicados durante a aplicação das leis americanas.
Entre os detidos há funcionários da empresa LG Energy Solution que viajavam a trabalho. A Hyundai declarou que, até o momento, não identificou empregados diretos da companhia entre os presos e que coopera com as autoridades para esclarecer o episódio.
Segundo o WSJ, a fábrica faz parte de um complexo de US$ 7,6 bilhões, considerado o maior projeto industrial da história da Geórgia, e está vinculada à produção de baterias para veículos elétricos da montadora. A expectativa é de que o empreendimento gere 8,5 mil empregos até 2031.
A operação ocorre semanas após Coreia do Sul e Estados Unidos negociarem tarifas e investimentos bilionários em setores estratégicos, incluindo semicondutores, construção naval e energia. Especialistas alertam que a medida pode afetar a confiança de empresas coreanas no ambiente regulatório americano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, por sua vez, reforçou que todos os trabalhadores estrangeiros em projetos industriais devem ter documentação legal e autorizações de trabalho válidas.