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Otan chega a um acordo sobre aumento de gastos militares às vésperas da cúpula em Haia

Diplomatas mantiveram desde sexta-feira uma intensa atividade para ajustar a proposta de declaração da cúpula, em torno de um aumento para 3,5% do PIB para gastos militares na próxima década

Sede da Otan, em Bruxelas, Bélgica (Dursun Aydemir/Anadolu Agency/Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 22 de junho de 2025 às 17h07.

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A Otan chegou a um acordo neste domingo, 22, sobre um aumento dos gastos militares de até 5% de cada PIB nacional, embora o chefe do governo da Espanha, Pedro Sánchez, tenha assegurado que seu país não terá que acompanhar essa meta. A cúpula acontecerá sob a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que insiste que os aliados se comprometam a gastar mais em defesa na reunião de dois dias que começa na terça-feira em Haia.

Os diplomatas da Otan mantiveram desde sexta-feira uma intensa atividade para ajustar a proposta de declaração da cúpula, em torno de um aumento para 3,5% do PIB para gastos militares na próxima década, mais 1,5% em temas relacionados à defesa.

A Otan pretende que a cúpula da semana em Haia sirva para oficializar essa meta de drástica elevação dos gastos militares, como exige Trump. O mandatário americano pediu que os países passem do atual nível de 2% de cada PIB para 5%, um salto enorme que para muitos países da aliança representa um esforço descomunal.

Na quinta-feira, Sánchez havia enviado uma carta ao secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmando que semelhante salto não era apenas "irracional", mas também "contraproducente". A carta de Sánchez deixou todos em suspense porque colocou sob ameaça a meta central da cúpula, o acordo sobre o aumento dos gastos militares, para satisfazer Trump.

“É o legítimo direito de cada governo decidir se estamos ou não estamos dispostos" aos sacrifícios necessários para apoiar esse aumento dos gastos militares. "Como um aliado soberano, decidimos que não vamos fazê-lo", disse Sánchez.

Por isso, diplomatas dos 32 países da aliança mantiveram contatos permanentes para tentar encontrar uma saída.

Em Madri, Sánchez confirmou o acordo neste domingo, mas reforçou que a Espanha não estará obrigada a seguir os demais países no aumento dos gastos militares.

"A Espanha acaba de alcançar um acordo com a Otan, que nos permitirá cumprir nossos compromissos com a aliança sem ter de aumentar nosso gasto de defesa até 5% do Produto Interno Bruto", disse em comunicado. "Respeitamos o desejo legítimo de outros países de aumentar seu investimento em defesa, se assim o quiserem, mas nós não vamos fazê-lo".

Ter que atingir esse nível, continuou Sánchez, cruzaria "todas" as "linhas vermelhas", porque forçaria o país "a aumentar drasticamente os impostos sobre a classe média trabalhadora ou cortar severamente o estado de bem-estar social".

A reunião ocorrerá em meio à escalada no Oriente Médio, após a entrada na guerra pelos Estados Unidos, que bombardeou as instalações nucleares do Irã neste domingo.

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