Israel: parlamento se prepara para mitigar os efeitos da emigração no país (Michael M. Santiago/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 15h03.
O Comitê de Imigração, Absorção e Diáspora do Parlamento de Israel se reuniu nesta segunda-feira, 20, para discutir o aumento significativo de israelenses que decidiram deixar o país nos últimos anos, classificando a tendência como um “tsunami” alarmante, conforme divulgado em comunicado oficial.
Esta não é uma onda de emigração, mas um tsunami de israelenses que decidem abandonar o país, declarou o deputado Gilad Kariv, do Partido Democrata e presidente da comissão.
“O Estado ignora o problema, apesar dos inúmeros sinais de alarme que estão surgindo”, acrescentou.
Observou-se um aumento drástico no número de israelenses que emigraram nos últimos quatro anos, de acordo com um relatório do Centro de Pesquisa e Informação do Parlamento, preparado por ocasião do debate.
O Escritório Central de Estatísticas de Israel detalha que, somente em 2023, 59.365 cidadãos emigraram, um aumento de 43,4% em relação ao ano anterior. Em 2024 o número de israelenses que abandonaram o país a longo prazo chegou a 82.774. No total, estima-se que cerca de um milhão estejam vivendo no estrangeiro.
“Dezenas de milhares de israelenses deixaram o país antes do início da guerra, e o fenômeno se intensificou após outubro de 2023. Aqueles que decidem emigrar têm um enorme impacto na economia israelense, e sua saída do país causa bilhões de shekels em prejuízos”, advertiu o parlamentar Vladimir Belyak.
O saldo migratório dos israelenses, calculado subtraindo o número de emigrantes do número de israelenses que retornam após uma longa estadia no exterior, diminuiu desde o início de 2022 em aproximadamente 125,2 mil pessoas.
O comitê destacou a importância de elaborar estratégias para incentivar os israelenses residentes no exterior, especialmente profissionais da área médica e acadêmicos, a retornar ao país. Para isso, propôs aliviar a carga burocrática que o retorno a Israel representa para os cidadãos.
Em julho, a onda de emigração já havia sido discutida na mesma comissão, que propôs estabelecer benefícios fiscais para os repatriados comparáveis aos que recebem os novos imigrantes.