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Passagem de Rafah em Gaza será reaberta na segunda-feira depois de um ano

Reabertura da passagem de Rafah com o Egito permiye a circulação de pessoas e suprimentos. A expectativa é que do transporte de 600 caminhões de alimentos e suprimentos por dia, duplicando a capacidade anterior

Caminhões de ajuda humanitária presos na passagem de Rafah, em janeiro (Getty Images). (Getty Images)

Caminhões de ajuda humanitária presos na passagem de Rafah, em janeiro (Getty Images). (Getty Images)

Ana Dayse
Ana Dayse

Colaboradora

Publicado em 18 de outubro de 2025 às 12h49.

A passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, será reaberta na próxima segunda-feira (20), anunciou a embaixada da Palestina no Egito neste sábado (18). A reabertura ocorre quase uma semana após o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns mediado pelos Estados Unidos entre Israel e Hamas.

A fronteira, que permanece fechada na maior parte do tempo desde maio de 2024, permitirá que palestinos residentes no Egito retornem a Gaza, informou a embaixada. Ainda não está claro se ajuda humanitária será autorizada a passar pela travessia.

Desde a suspensão dos combates mediada pelos EUA, uma média diária de 560 toneladas de alimentos entrou em Gaza — um volume ainda muito abaixo da necessidade total, segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU.

O fechamento da passagem de Rafah ocorreu após as forças israelenses assumirem o controle do lado de Gaza em maio de 2024, sendo brevemente reaberta durante um cessar-fogo temporário no início de 2025.

Após dois anos de bombardeios e bloqueio, a população de Gaza enfrenta escassez extrema de alimentos, medicamentos, abrigo e outros suprimentos essenciais. Em março, Israel impôs um bloqueio de 11 semanas a toda ajuda humanitária, fazendo estoques de alimentos caírem drasticamente e os preços dispararem.

Em agosto, monitoramentos internacionais alertaram que uma fome severa estava se formando na cidade de Gaza e no norte do enclave. As autoridades de saúde locais relatam mais de 400 mortes relacionadas à desnutrição, enquanto Israel afirma que os números foram exagerados e que muitas mortes têm outras causas.

Embora Israel tenha anunciado, no final de julho, medidas para permitir a entrada de mais ajuda, o lado de Gaza da travessia de Rafah permaneceu fechado.

Consequentemente, os carregamentos de ajuda precisaram passar pela travessia israelense de Kerem Shalom, localizada cerca de 3 km ao sul, onde trabalhadores enfrentam restrições rigorosas, rejeição por documentação ou embalagem e horários limitados, limitando significativamente a quantidade de ajuda que chega à população.

A reabertura da passagem de Rafah é vista como um passo importante para aliviar a crise humanitária em Gaza e facilitar a circulação de pessoas, depois de mais de um ano de bloqueio parcial da fronteira.

A guerra entre Hamas e Israel realmente acabou?

O Hamas afirmou que a guerra contra Israel chegou ao fim após um acordo intermediado pelos Estados Unidos, que prevê a libertação de reféns e a troca de cerca de 2 mil palestinos presos em Israel.

O cessar-fogo, que entrou em vigor no último fim de semana, busca estabilizar a região e aliviar a crise humanitária em Gaza, permitindo o retorno de milhares de residentes palestinos para suas casas na cidade de Gaza e norte do território. Especialistas apontam que a medida também reforça o papel dos mediadores internacionais na manutenção da paz entre os dois lados. Confira o vídeo do momento:

Outros detalhes sobre o acordo de cessar-fogo:

  • O acordo prevê a libertação de cerca de 20 reféns vivos e a troca com cerca de 2 mil prisioneiros palestinos;

  • Restos mortais de reféns falecidos: 26 corpos devolvidos a Israel, aumento da pressão internacional por transparência;

  • Relevância da negociação mediada pelos EUA: participação de Donald Trump, presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi e parceiros árabes.

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