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Polícia encontra evidências de que jornalista foi assassinado no consulado

As investigações apontam que o jornalista Jamal Khashoggi, desparecido no dia 2 de outubro, foi assassinado dentro do local

A polícia pretende fazer buscas na casa do cônsul saudita (Osman Orsal/Reuters)

A polícia pretende fazer buscas na casa do cônsul saudita (Osman Orsal/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 16h54.

Última atualização em 16 de outubro de 2018 às 17h15.

Istambul - Os investigadores que revistaram o consulado saudita em Istambul nesta terça-feira, 16, encontraram evidências de que o jornalista Jamal Khashoggi foi assassinado dentro do local, disse uma autoridade turca de alto escalão. O funcionário falou sob a condição de anonimato, já que a investigação ainda está em andamento. Após as buscas no prédio do consulado, as autoridades agora se preparam para revistar também a casa do cônsul saudita, que deixou o país.

Autoridades sauditas afirmaram que as acusações turcas de que agentes sauditas mataram Khashoggi são "infundadas", mas a imprensa americana sugeriu, nesta terça-feira, que os sauditas podem reconhecer que o jornalista foi morto dentro do consulado, talvez como parte de um interrogatório fracassado. Imagens de vigilância que foram vazadas mostram que carros diplomáticos viajaram do consulado para a casa do cônsul pouco depois do desaparecimento de Khashoggi, em 2 de outubro.

A Turquia insistiu em fazer buscas no local desde o desaparecimento do jornalista e a autorização parece ter vindo depois de uma ligação entre o rei Salman e o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, na noite do domingo. Em declarações após a ligação, ambos elogiaram a criação de uma investigação conjunta realizada pelos dois países.

A equipe que realizou a inspeção incluía um promotor, um promotor adjunto, membros da polícia antiterrorismo e especialistas forenses, informou a mídia turca. Certas áreas do consulado permaneceram fora dos limites dos investigadores, embora pudessem inspecionar as câmeras de vigilância, informou a mídia turca.

Erdogan disse a jornalistas que os investigadores procuraram vestígios de materiais "tóxicos" e sugeriu que partes do prédio do consulado podem ter sido recentemente pintadas, mas não forneceu detalhes.

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