A defesa aérea ucraniana derruba um drone russo sobre Kiev durante um ataque noturno em massa com drones e mísseis contra a Ucrânia em 20 de setembro de 2025, em meio à invasão russa da Ucrânia. (Sergei Supinsky/AFP)
Redator freelancer
Publicado em 20 de setembro de 2025 às 11h59.
A Polônia colocou suas forças aéreas e de aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em alerta máximo neste sábado, 20, após a Rússia lançar ataques aéreos contra o oeste da Ucrânia, próximo à fronteira polonesa.
Na semana passada, a Polônia acuou a Rússia de enviar 20 drones para sobrevoar seu espaço aéreo. O país faz parte da Otan e um dos principais pilares da aliança é que todos os países do tratado devem defender ameaças externas a seus membros.
"Aeronaves polonesas e aliadas estão operando em nosso espaço aéreo, enquanto os sistemas de defesa aérea e reconhecimento de radar baseados em terra foram levados ao mais alto estado de prontidão", disse o comando operacional polonês em uma publicação no X, antigo Twitter.
As aeronaves foram mobilizadas para proteger o espaço aéreo e os sistemas de defesa terrestre entraram em estado de prontidão, segundo militares.
A operação preventiva ocorreu durante a madrugada, quando quase toda a Ucrânia estava sob alerta de bombardeio.
Por volta das 2h da manhã, horário de Brasília, os caças foram recolhidos após o fim da ofensiva russa, segundo o comando operacional polonês.
Os ataques deixaram pelo menos três mortos e dezenas de feridos em diferentes regiões da Ucrânia. O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que a Rússia disparou cerca de 580 drones e 40 mísseis contra cidades e infraestrutura civil. As defesas aéreas conseguiram abater 552 drones e 31 mísseis, segundo a Reuters.
Em Dnipro, um míssil atingiu um prédio residencial, matando uma pessoa e ferindo 26. Outras duas mortes foram registradas nas regiões de Chernihiv, no norte, e Khmelnytskyi, no oeste.
Zelensky acusou Moscou de adotar uma estratégia de terror contra civis. Já o governo russo nega ter como alvo a população ucraniana e insiste que as ofensivas buscam apenas objetivos militares.
Em meio ao conflito, Zelensky, anunciou que se reunirá com Donald Trump durante encontros paralelos na Assembleia Geral das Nações Unidas na próxima semana.
Os ataques entre Rússia e Ucrânia aconteceram um dia após três aviões de combate russos violarem o espaço aéreo da Estônia, país membro da Otan na margem leste da aliança, uma acusação negada por Moscou.
A incursão provocou temores no Ocidente de uma nova e perigosa provocação por parte de Moscou, após a Polônia ter reclamado na semana passada que quase 20 drones russos sobrevoaram seu território.
Zelensky reiterou o apelo para encontrar "soluções conjuntas" para derrubar drones sobre a Ucrânia "com outros países".