Exportações na China crescem 5,9% no primeiro trimestre deste ano (AFP)
Redatora
Publicado em 25 de julho de 2025 às 05h00.
As exportações da China para os Estados Unidos caíram significativamente após a imposição de tarifas, mas o crescimento do comércio com outras regiões tem compensado essas perdas.
Dados do Internationale Nederlanden Groep (ING) mostram que, apesar da queda de quase 35% nas remessas para os EUA em maio, as exportações totais da China para o mundo cresceram 5,9% no primeiro semestre do ano. Esse resultado se deve ao aumento das vendas para o Sudeste Asiático, União Europeia, Índia e América Latina.
Os setores de semicondutores, baterias de lítio, veículos elétricos e peças de máquinas registraram crescimento expressivo, redirecionando fluxos comerciais para além do mercado americano. As exportações de automóveis para a União Europeia cresceram em alguns países, apesar das tarifas aplicadas pelo bloco.
Analistas do ING e Goldman Sachs destacam que a capacidade dos exportadores chineses de redirecionar suas vendas e a competitividade dos produtos de maior valor agregado têm sido determinantes para essa resiliência. A expectativa é de que as exportações continuem contribuindo para o crescimento econômico da China, mesmo diante das tensões comerciais com os EUA.
"Enquanto o crescimento global for estável e a demanda final for saudável, as exportações chinesas provavelmente continuarão a crescer, dada sua extrema competitividade e as dificuldades das tarifas bilaterais em reduzir os fluxos comerciais gerais", destacou Goldman Sachs.
A pausa nas tarifas aplicadas reciprocamente entre a China e os Estados Unidos pode se prolongar por mais 90 dias para dar tempo de as negociações avançarem para um acordo bilateral, afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Um primeiro ciclo de negociações permitiu estabelecer uma pausa de três meses na aplicação das tarifas aduaneiras entre Pequim e Washington, que expira em 12 de agosto.