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Porto do Pecém inaugura rota direta para a China e acelera comércio entre Brasil e Ásia

Com a nova rota direta para a China, Porto do Pecém reduz tempo de transporte e impulsiona a economia do Nordeste

China2Brazil
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Agência

Publicado em 3 de julho de 2025 às 15h42.

Última atualização em 3 de julho de 2025 às 16h10.

O Porto do Pecém, no Ceará, é o mais movimentado da Região Nordeste do Brasil, com cerca de 20 milhões de toneladas de carga por ano. Desde abril, uma nova rota direta entre o Pecém e a China tem proporcionado uma grande redução no tempo de transporte entre os dois países.

Operada pela MSC, a rota agora transporta cerca de 1,2 mil contêineres anualmente, de acordo com Max Quintino, diretor da autoridade portuária do Pecém.

A expectativa é que o volume movimentado cresça 10%, beneficiando o comércio bilateral e impulsionando a economia local.

Impacto econômico e logístico da nova rota

Antes da inauguração dessa rota direta, as mercadorias chinesas passavam por uma longa jornada pelo Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, até o Porto de Santos, em São Paulo, antes de seguir para o Nordeste. Agora, a nova rota atravessa o Canal do Panamá, encurtando a viagem em cerca de 30 dias e reduzindo significativamente os custos logísticos. [Grifar] Isso tem um impacto direto na eficiência das entregas, beneficiando produtores e empresários brasileiros que dependem de importações rápidas.

Entre os produtos importados via Pecém estão aço, máquinas, materiais elétricos e plásticos. Já as exportações incluem pedras ornamentais, castanhas, cera de carnaúba, frutas, carnes, calçados e têxteis. A nova rota também tem o efeito de reduzir o tempo de envio do Ceará para a China em aproximadamente 14 dias, o que reforça ainda mais o comércio entre as duas regiões.

Infraestrutura e crescimento do Porto do Pecém

O Pecém não é apenas um porto, mas um complexo industrial que inclui uma zona de processamento de exportações e fábricas de grande porte. Em 2025, os primeiros quatro meses registraram um crescimento de 37% no transporte de contêineres e uma alta de 12,4% na movimentação total de cargas em relação ao ano anterior. Segundo André Magalhães, diretor comercial do complexo, isso demonstra a capacidade de o porto atender a uma demanda crescente e ampliar sua participação no comércio global.

A nova rota inclui escalas nos portos chineses de Yantian, Ningbo, Xangai e Qingdao, o que beneficia diretamente empresas brasileiras de logística que aumentam suas importações do país asiático. Tiago Abreu, diretor-geral da CTI Fracht no Ceará, destaca que a nova rota, que evita transbordos e congestionamentos portuários, facilita operações logísticas mais rápidas e confiáveis.

Impactos no comércio de frutas e outros produtos

O melão, exportado pela Fazenda Formosa, no Rio Grande do Norte, foi a primeira fruta brasileira autorizada para exportação à China. Luiz Barcelos, proprietário da fazenda, acredita que o novo trajeto pode levar à transferência do embarque para o Pecém, pois a redução no tempo de transporte preserva a qualidade do produto e diminui custos logísticos, o que beneficia os exportadores.

No gabinete da direção portuária do Pecém, é possível encontrar símbolos recebidos de delegações chinesas, como uma pintura da Rota Marítima da Seda e o caractere chinês para "felicidade". Segundo Max Quintino, o objetivo é atrair mais empresas chinesas para a construção e operação do porto, além de aprimorar a eficiência da nova rota e dos serviços de importação e exportação entre os dois países.

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