Mundo

Premier turco chega ao país e pede fim imediato de protestos

"Peço o fim imediato das manifestações, que perderam seu caráter democrático e se transformaram em vandalismo", declarou Erdogan

O primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan acena para simpatizantes no aeroporto internacional de Istambul (AFP/ Ozan Kose)

O primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan acena para simpatizantes no aeroporto internacional de Istambul (AFP/ Ozan Kose)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 07h37.

Istambul - O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan foi recebido por milhares de seguidores em sua chegada de uma viagem ao Magreb, no início de sexta-feira, e pediu o "fim imediato" das manifestações.

"Peço o fim imediato das manifestações, que perderam seu caráter democrático e se transformaram em vandalismo", declarou Erdogan no aeroporto Ataturk de Istambul.

Recebido por uma maré de bandeiras turcas, Erdogan sorriu e acenou para a multidão reunida no aeroporto, na maior demonstração popular de apoio ao governo em sete dias de tumultos em todo o país.

Ele também agradeceu a seus seguidores por terem mantido a calma e fez um apelo para que voltassem para casa. "Vocês se mantiveram calmos e mostraram bom senso. Agora, vamos todos voltar para nossas casas", afirmou Erdogan, acompanhado da mulher e de vários ministros.

Ele disse ser "primeiro-ministro de apenas 50% dos turcos", mas garantiu que sempre esteve "a serviço dos 76 milhões de cidadãos turcos", sem discriminações. Seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) obteve 50% dos votos nas eleições legislativas de 2011.

"Não podemos fechar os olhos para as violências daqueles que vandalizam nossas cidades, danificam os bens públicos e fazem mal às pessoas", acrescentou.

O primeiro-ministro também prestou uma homenagem à polícia, "que faz seu trabalho para garantir nossa segurança" e é "uma proteção contra os terroristas, anarquistas e os vândalos". Ele admitiu que os agentes policiais podem ter recorrido a uma força excessiva contra os manifestantes.


Horas antes de retornar à Turquia após uma viagem de três dias pelo Magreb, o chefe de governo se negou a desistir do polêmico projeto de urbanização da Praça Taksim de Istambul que desencadeou a onda de protestos.

"Levaremos este projeto até o fim (...) não permitiremos que uma minoria imponha a lei à maioria", insistiu em Túnis.

Além disso, Erdogan denunciou a presença de extremistas, alguns deles envolvidos com o terrorismo, referindo-se a um grupo de extrema esquerda que reivindicou um atentado contra a embaixada dos Estados Unidos em Ancara no mês de fevereiro.

Na quarta-feira, dezenas de milhares de pessoas participaram de uma passeata pelas principais cidades, atendendo à convocação dos poderosos sindicatos de esquerda, principalmente em Istambul e Ancara, para exigir a renúncia do chefe de governo.

Em Adana (sul), um policial morreu nesta quinta em consequência dos ferimentos sofridos na queda de uma ponte em obras quando perseguia vários manifestantes, informou a rede de televisão privada NTV.

Esta é a terceira vítima fatal desde o início da onda de contestação, após a morte de dois manifestantes.

Na quarta-feira também ocorreram confrontos em Rize (às margens do mar Negro, nordeste) entre manifestantes contrários ao governo e simpatizantes do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002. Segundo a rede de televisão CNN Turk, centenas de pessoas atacaram 25 jovens que preparavam um protesto.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaOposição políticaPolítica no BrasilProtestosTurquia

Mais de Mundo

Japão busca a possibilidade de um acordo comercial com os EUA às vésperas da reunião de cúpula do G7

MP da Venezuela solicita nova ordem de captura contra opositor Juan Guaidó

Exército israelense relata "vários projéteis caídos" em Israel após terceiro ataque do Irã

Irã afirma que instalações nucleares foram atingidas por ataques israelenses, mas minimiza danos