Manifestantes ao redor da câmara municipal da capital de Madagascar EFE/EPA/HENITSOA RAFALIA (EFE)
Redatora
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 18h49.
O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, deixou o país africano no domingo, 12, a bordo de um avião militar francês, informou nesta segunda-feira, 13, a emissora de rádio francesa RFI.
A saída de Rajoelina foi possível graças a um acordo com a possível intervenção do presidente francês, Emmanuel Macron, para facilitar uma solução pacífica para a grave crise política que Madagascar enfrenta, segundo a emissora.
Rajoelina voou no domingo para a ilha de Sainte-Marie, na costa leste de Madagascar, e embarcou no avião militar francês com destino à ilha da Reunião, também no oceano Índico, que é um departamento ultramarino francês. De lá, ele seguiu para outro destino com sua família, de acordo com a RFI, que apontou Dubai como possível local de exílio.
Estava previsto que o presidente de Madagascar se pronunciaria à nação nesta segunda-feira, após denunciar no domingo uma tentativa de golpe de Estado no país, palco de protestos populares.
A denúncia de tentativa de golpe foi feita depois que grupos de soldados se uniram, neste sábado, a milhares de manifestantes na capital, Antananarivo.
Uma unidade militar insurgente, o Corpo de Administração de Pessoal e Serviços do Exército de Terra (CAPSAT), garantiu neste domingo ter tomado o controle das Forças Armadas, depois de pedir no sábado para "desobedecer" qualquer ordem de atirar contra a população.
O CAPSAT, com sede em Soanierana, nos arredores da capital, participou em 2009 de um golpe de Estado que depôs o então presidente, Marc Ravalomanana, e permitiu a Rajoelina chegar ao poder pela primeira vez e se reeleger novamente em 2023.
Os protestos que culminaram na saída de Rajoelina do país começaram dia 25 de setembro e tiveram como motivação uma crise no abastecimento de água e eletricidade principalmente na capital de Madagascar.
Além do apoio da CAPSAT, o movimento é marcado pela forte presença da Geração Z, assim como os recentes protestos no Quênia e no Nepal. Os manifestantes exigem a renúncia de Rajoelina e a dissolução do atual congresso.
*com agência EFE