O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, fotografado em maio deste ano ( Presidência Iraniana/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 7 de julho de 2025 às 20h05.
Última atualização em 7 de julho de 2025 às 20h12.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, acusou Israel de tentar assassiná-lo, sem especificar quando, em uma entrevista concedida ao apresentador americano Tucker Carlson divulgada nesta segunda-feira, 7.
Apontado como um reformista dentro do restrito espectro político iraniano, Pezashkian também revelou ao apresentador americano que estaria disposto a retomar negociações diplomáticas com os Estados Unidos.
"Eles tentaram, sim. Agiram nesse sentido, mas falharam", disse Pezeshkian ao responder se Israel tentou assassiná-lo, sem especificar se isso aconteceu durante a guerra do mês passado.
"Eu estava em uma reunião [...] eles tentaram bombardear a área onde ocorreu a reunião", completou.
Cientistas nucleares e altos comandantes militares do Irã foram mortos em bombardeios lançados por Israel a partir de 13 de junho.
Ao longo do conflito, que durou 12 dias, Teerã adotou um protocolo para evitar que lideranças políticas fossem mortas, incluindo uma suspensão no uso de comunicações eletrônicas.
Houve relatos de divergências entre Israel e EUA no que diz respeito à eliminação de figuras políticas do Irã, com Washington defendendo uma ação especificamente contra o programa militar.
Em uma publicação nas redes sociais após o fim das hostilidades, o presidente americano, Donald Trump, chegou a afirmar ter livrado o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, de uma "morte muito feia".
Fontes americanas sugeriram — ainda durante o confronto, mas antes do bombardeio americano a instalações nucleares da nação persa — que os EUA não apoiariam a morte de líderes políticos iranianos, considerando que o nenhum americano havia sido morto por Teerã, e diante de um contexto em que seria desejo do republicano retomar negociações sobre o programa nuclear do país.
Mais de 900 pessoas morreram no Irã durante o conflito, segundo uma contagem das autoridades do país, que também sofreu danos severos às suas principais instalações nucleares. Em resposta, o Irã disparou uma série de mísseis e bombas contra várias cidades israelenses, incluindo Tel Aviv e Haifa, que deixaram 28 mortos, segundo autoridades israelenses.
Na entrevista a Tucker Carlson, Pezeshkian declarou que não vê "nenhum problema" em retomar as conversações com os Estados Unidos, indicando, porém, que as conversas não ocorreriam sob qualquer termo.
"Há uma condição [...] para retomar as negociações. Como vamos voltar a confiar nos Estados Unidos?", questionou.
No mês passado, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht-Ravanchi, afirmou que as negociações com os EUA sobre seu programa nuclear não seriam retomadas sem que Washington descartasse novos bombardeios contra o país.