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Procurador-geral renuncia após divergência com Trump

A decisão acontece em meio a tensões com Trump, por divergências em relação às acusações infundadas de fraude nas eleições presidenciais de novembro

 (Yuri Gripas/Reuters)

(Yuri Gripas/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 20h53.

Em carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o procurador-geral do país, William Barr, informou que renunciará ao cargo em 23 de dezembro. A decisão acontece em meio a tensões com o líder da Casa Branca, por divergências públicas em relação às acusações infundadas de fraude nas eleições presidenciais de novembro.

Em publicação no Twitter, Trump explicou que Barr deixará o governo "pouco antes do Natal para passar as festas com sua família". Segundo a mensagem, o vice-procurador-geral, Jeff Rosen, assumirá a função de procurador interino, e será sucedido por Richard Donoughe na função atual. "Acabei de ter uma ótima reunião com o procurador-geral Barr na Casa Branca. Nosso relacionamento tem sido muito bom e ele fez um excelente trabalho", elogiou.

No mês passado, no entanto, Trump expressão insatisfação com uma entrevista de Barr à Associated Press, em que ele afirmou que o Departamento de Justiça (DoJ) não havia encontrado indícios de fraude no pleito que elegeu Joe Biden o 46º presidente dos EUA. Na ocasião, questionado sobre se ainda tinha confiança no procurador, o presidente foi evasivo: "me pergunte em algumas semanas".

Na carta a Trump, Barr não citou as discordâncias com Trump e garantiu que o DoJ segue "revisando" as supostas irregularidades no processo eleitoral. "Em um momento em que o país está tão profundamente dividido, é importante que todos os níveis de governo e agências ajam de acordo com o que estiver em seu alcance para garantir a integridade das eleições e promover a confiança pública em seus resultados", destacou.

Barr também se disse "honrado" por trabalhar no governo e elogiou o presidente republicano pelo que ele considera "conquistas sem precedentes". Também citou acordos de paz firmados no Oriente Médio e o rápido desenvolvimento de vacinas para a covid-19. "Em seu governo, o Departamento de Justiça trabalhou para proteger o público de crimes violentos, trabalhou de perto com líderes do México para combater cartéis criminosos" escreveu.

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