Pepe Mujica, ao lado da esposa, Lucia Topolansky, em 2010 (Iván Franco/EFE)
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Publicado em 13 de maio de 2025 às 18h32.
Lucía Topolansky é uma das figuras mais respeitadas da política do Uruguai. Sua trajetória, que começou na militância revolucionária, se consolidou com uma forte conexão política e pessoal com Pepe Mujica, ex-presidente do país, morto nesta terça, 13.
Juntos, enfrentaram décadas de repressão e, mais tarde, se tornaram líderes do governo uruguaio, com destaque para a simplicidade e os valores da esquerda. Topolansky, que é vista por muitos como um símbolo de resistência e compromisso social, compartilhou com Mujica não apenas a vida pessoal, mas também a luta política que transformou o Uruguai nos últimos anos.
O envolvimento de Lucía Topolansky com a política começou nos anos 60, quando se uniu ao movimento tupamaro (guerrilha urbana), um dos principais grupos de resistência à ditadura militar que dominava o Uruguai. Nesse período, conheceu Pepe Mujica, também militante. Os dois enfrentaram anos de repressão, sendo presos durante a ditadura, e, após a amnistia que marcou o fim do regime militar, se consolidaram como figuras importantes da política do país.
A relação entre Topolansky e Mujica sempre foi marcada por uma profunda cumplicidade política e pessoal. Ambos se tornaram referências da esquerda uruguaia e desempenharam papéis complementares ao longo de suas trajetórias. A parceria deles não se restringiu ao campo pessoal, mas foi essencial para a construção do legado político que os acompanharia até o governo de Mujica, em 2010.
Em 2010, com a vitória de Pepe Mujica na presidência, Lucía Topolansky assumiu o cargo de primeira-dama do Uruguai. Porém, sua atuação no cargo foi bem diferente da tradicional figura cerimonial.
Topolansky se alinhou diretamente com os princípios de seu marido, mantendo uma postura simples e acessível. Ela se tornou uma importante aliada política de Mujica, acompanhando-o em suas iniciativas de política social e ajudando a implementar reformas que marcaram o período, como a legalização da maconha e a ampliação de programas sociais.
Após o fim do mandato de Pepe Mujica em 2015, Topolansky não se afastou da política. Ela continuou sua carreira como senadora, cargo que ocupou até 2020. Mesmo sem a presidência, Topolansky seguiu como uma das figuras mais influentes do Partido Frente Amplio (Frente Ampla), a coalizão de esquerda que elegeu Mujica e que governou o Uruguai por anos.